LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, condenou as críticas feitas pelo candidato Mauro Mendes (PSB) ao PT, e a exploração de temas como o Mensalão na campanha.
Ele disse que irá relatar o "baixo nível" do adversário à presidente Dilma Rousseff (PT), e classificou Mendes de "incoerente", por afirmar que está ao lado de Dilma, enquanto diz condenar o alinhamento político.
“É preciso arcar com o ônus e o bônus do alinhamento. Eles não podem querer atacar o partido da presidenta Dilma, e usando meios rasteiros para isso, e depois dizer que estão ao lado da presidenta no governo. Isso é incoerente”, disparou Carvalho, em entrevista coletiva no Hotel Fazenda Mato Grosso, antes de ato político do candidato Lúdio Cabral (PT), na noite desta terça-feira (16).

"A presidente Dilma, naturalmente, não está informada dessa situação em Cuiabá, dos ataques feitos pelo candidato do PSB. Vou relatar amanhã a ela "
Ele se disse contente com a decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) que proibiu Mendes de veicular o jingle que falava do Mensalão. “São meios tão rasteiros de ataque que o próprio TRE mandou tirar do ar”, observou.
O governador Silval Barbosa (PMDB) concordou com as pontuações feitas pelo ministro.
“Quando eles acham que o alinhamento está correto, dizem que também são do partido da sustentação da presidente Dilma, que o PSB é da base, que o PDT é da base. Para falar que é ruim, ficam citando o Mensalão”, criticou.
Tendência de baixariaCarvalho avaliou que a tendência do adversário, no segundo turno em Cuiabá, é descambar para a baixaria, e disse que vai relatar suas impressões à presidente Dilma.
“A presidente Dilma naturalmente não está informada dessa situação em Cuiabá, dos ataques feitos pelo candidato do PSB. Vou relatar amanhã a ela a tendência que percebi aqui, de baixar muito o nível da campanha. Isso está me impressionando. O natural é que haja divergências nas propostas, e não esse tipo de ataque”, afirmou.
O ministro minimizou, porém, o impacto das críticas de Mauro Mendes.
“Quem usar o Mensalão para atacar na campanha, ou outros tipos de baixarias, vai quebrar a cara. O povo quer saber da sua cidade, das propostas, do perfil do candidato. A população olha para o conjunto do partido, e os erros de alguns não vão contaminar todo o partido, e não vão contaminar o Lúdio”, disse.
Carvalho pontuou, ainda, que “Comitês da Maldade” como o de Cuiabá se instalam em todo lugar.
“Em São Paulo, por exemplo, o José Serra (PSDB) tentou usar o ‘kit gay’ para atingir o Fernando Haddad (PT), mas descobriu-se que no governo dele também foi editado um kit gay”, disse.
Sem DilmaO ministro confirmou que a presidente Dilma Rousseff não virá a Cuiabá, e tampouco gravará participação para o programa do horário eleitoral gratuito. “A presidenta está se resguardando de ir a lugares onde há confronto com a base aliada. Mas nós [ministros] estamos vindo em nome dela, para demonstrar o apoio ao projeto do PT em Cuiabá”, explicou.
A vinda do ex-presidente Lula também é incerta. Carvalho garantiu apenas que o petista deve gravar uma nova mensagem para o programa de Lúdio.
Adesão de vereadoresNo ato que contou com a presença do ministro Gilberto Carvalho, os vereadores eleitos que apoiaram o candidato Carlos Brito (PSD) no primeiro turno declararam apoio a Lúdio Cabral. São eles: João Emanuel (PSD), Toninho de Souza (PSD), Marcrean Santos (PRTB) e Oséas Machado (PSC).
Com isso, o petista passa a ter oito parlamentares na sua base de apoio. Além dos quatro citados, Lúdio conta com o Professor Allan (PT), Arilson da Silva (PT), Domingos Sávio (PMDB) e Haroldo Kuzai (PMDB).