França avalia alianças e já admite disputar a Prefeitura

Os membros da cúpula do Democratas (DEM) de Cuiabá esperavam que o ex-prefeito Roberto França anunciasse sua candidatura à Prefeitura da Capital, durante o encontro regional da legenda, realizado na manhã desta sexta-feira (25), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

O democrata, porém, frustrou as expectativas dos companheiros e adiou a decisão para a primeira quinzena de junho próximo.

França alegou que ainda está avaliando o cenário e as possibilidades de alianças, e não descartou se candidatar ao Palácio Alencastro.

“O quadro eleitoral é extremamente favorável. Agora, efetivamente, não é só isso que contribui. Tem que ver qual composição vamos fazer, quais outros partidos vão somar na coligação. Porque não se ganha uma eleição sozinho. Tem que ter um mínimo de estrutura para ir à luta”, declarou França, após o encerramento do encontro.

Em seu discurso, ele disse que não poderia “enfrentar com um estilingue” adversários que estariam armados com “canhões e metralhadoras”, em referência ao poder da máquina governamental tanto da Prefeitura como do Governo do Estado.

Disse, ainda, que buscaria uma decisão com a razão, e "não com a emoção e a empolgação", fala que foi reforçada pelo cacique Jayme Campos (DEM), também em discurso.

"Temos que avaliar qual a estrutura de campanha dos adversários, e qual a estrutura será possível desfrutar aqui no DEM. Campanha não se faz apenas do desejo de ser candidato. Já disputei 11 eleições, e sei perfeitamente o que significa", afirmou França, sinalizando que não entrará na disputa para perder.

O democrata avaliou, durante entrevista, que a saída do prefeito Chico Galindo (PTB) do páreo não afeta de forma significativa o cenário.

“Se fosse o Galindo ia dar na mesma, porque ele vai apoiar o Guilherme Maluf (PSDB), ou Guilherme iria apoiá-lo. Então, essa composição aí já tem um candidato. Com a saída dele, continua tendo candidato do mesmo jeito”, observou.

Questionado sobre a demora para definir se será candidato, o ex-prefeito afirmou que nenhuma candidatura está consolidada ainda. “Será que o Mauro Mendes (PSB) vai ser candidato? Será que o Dorileo Leal (PMDB) vai confirmar candidatura? Se esses dois que, teoricamente, são os que têm mais condições, não definiram, por que nós, que somos pequenininhos, vamos sair na frente? Nós temos que esperar por eles”, declarou.

A convenção do DEM será em 25 de junho, e França prevê que a definição saia cerca de uma semana antes.

“Temos de 15 a 20 dias para ter as conversas e decidir que caminho tomar. Se nós vamos com candidatura própria ou se vamos compor”, disse.

Alianças

O apoio do DEM e, consequentemente, de Roberto França, está sendo disputado pelos pré-candidatos. França informou que está aberta a temporada de negociações com o partido, e que conversará de forma oficial, a partir da próxima semana, com os pré-candidatos interessados no apoio da sigla.

“O DEM vai começar a conversar agora, na semana que vem. Dorileo já pediu, Guilherme Maluf pediu, Mauro Mendes me ligou, ontem, pedindo [reunião]. E eu não vou conversar isoladamente com nenhum deles. Eu quero trazer para dentro do partido, para dividirmos a responsabilidade nessa conversa”, informou.

O tucano Guilherme Maluf, inclusive, marcou presença no evento democrata, acompanhando do presidente regional do PSDB, o deputado federal Nilson Leitão.

França garantiu que, apesar de conduzir as negociações, a decisão será partidária, e está esperando para ver quem oferece a melhor proposta. Ele assegurou, também, que o partido está disposto a abrir mão de encabeçar a chapa, desde que a intenção seja recíproca.

“Eu quero saber deles o seguinte: se eles estão dispostos a só querer o nosso apoio ou estão dispostos a nos apoiar também. A abrir mão dos seus projetos de cabeça de chapa. Do mesmo jeito que eles podem propor vice para nós, eu quero saber se eles estão dispostos a ser vice nosso. Eu quero saber quem está com a proposta mais decente, politicamente falando”, explicou.

O ex-prefeito disse que não descarta nenhuma possibilidade, e poderia até sair como vice.

“Eu não descarto nem ser candidato, nem ser vice, e muito menos uma composição sem indicação de vice. O posicionamento que nós vamos tomar depende das conversas que vamos ter com esses partidos. Depende de eu sentir sinceridade nos partidos que estarão conosco”, concluiu.