Tião deve se testar nas urnas, diz Júlio

O deputado federal Júlio Campos (DEM) desafiou o atual prefeito de Várzea Grade, Tião da Zaeli (PSD), a testar nas urnas se a população aprova sua gestão. “Por um dever, ele deveria ser candidato, para testar o prestígio dele. Ele deveria mostrar seriedade, competência, e sair para a guerra, para a luta por um novo mandato”, declarou Júlio. O deputado admitiu ainda a possibilidade de disputar as eleições deste ano, se esse for o desejo do partido.

“O Tião precisa ver se valeu a pena ele ter, durante três anos, sabotado Murilo Domingos (PR), feito todo um processo de conluio com a Câmara Municipal, cassado o mandato do prefeito, assumido o cargo”, disparou o parlamentar.

O deputado lembrou que, apesar de ter criticado amplamente a gestão do republicano, e ter afirmado que, como vice-prefeito, não tinha influência sobre a administração do município, Tião da Zaeli ocupou vários cargos no staff municipal ao longo da gestão de Murilo.

“Embora ele estivesse tão insatisfeito, desde o primeiro ano ele vem participando da gestão de Murilo. Primeiro como secretário de Infraestrutura, depois como secretário de Educação, a mulher dele estava na Secretaria de Promoção [Social]”, enumerou o cacique democrata.

“Depois disso, não satisfeito, ele tomou o mandato do pobre coitado do Murilo Domingos”, arrematou Júlio. “Porque ele é um coitado”, emendou.

Prefeito e vice foram afastados da prefeitura pela primeira vez em março de 2011, após a Câmara ter reprovado as contas do município do exercício de 2009. Após idas e vindas, Tião tem conseguido se manter no comando da prefeitura desde agosto de 2011, em virtude de Murilo ter sido afastado pela Justiça.

Após desentendimentos com Murilo e os desgastes dos afastamentos, Tião resolveu deixar o PR e migrar para o PSD, em setembro de 2011. Na mudança, ele levou consigo metade da Câmara, e toda a bancada do DEM, com quatro vereadores e dois suplentes. No total, sete dos 13 vereadores seguiram o prefeito no novo partido, e ele passou a ter maioria na Casa de Leis.

Em outubro, a Câmara aprovou a extinção do mandato de Murilo, com base em denúncia de que ele acumulou o cargo de prefeito com a administração da empresa da família, a Casa Domingos. O republicano continua recorrendo, mas ainda não conseguiu voltar para o comando do Paço Couto Magalhães.