LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
Apesar de o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), garantir que Cuiabá está entre as cidades "estratégicas" para o partido, o candidato tucano a prefeito da Capital, Guilherme Maluf, afirmou não ter recebido nenhum tipo de apoio financeiro ou estrutural do PSDB nacional para a sua campanha.
“Eu não recebi um real do PSDB nacional. Até houve uma promessa de colaboração financeira, mas não chegou nada. Ainda estou aguardando”, informou Maluf, durante café da manhã com a imprensa, na terça-feira (18).
“De qualquer forma, eu nunca tive grandes esperanças. Wilson Santos (PSDB) não recebeu nada, também, durante a campanha de 2010 ao Governo do Estado. E, se formos esperar apoio para fazer campanha, fica complicado”, completou.
Durante o evento, o senador Álvaro Dias afirmou que, pelo seu histórico político, a capital mato-grossense é uma cidade prioritária para o tucanato. Nas últimas quatro eleições municipais (desde 1996), Cuiabá elegeu prefeitos do PSDB: Roberto França por dois mandatos (posteriormente, mudou de partido) e Wilson Santos, também por dois mandatos.
“Cuiabá é estratégica, pelo histórico de eleger prefeitos do PSDB, além de estar em uma região do país onde o partido é sempre vitorioso. No Sul e no Centro-Oeste, o PSDB venceu as últimas eleições presidenciais”, observou o tucano.
No entanto, essa importância de Cuiabá no cenário nacional não se reverteu em apoio financeiro e logístico.
Os líderes de peso que Maluf esperava trazer para a campanha também começaram a recuar – o senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) cancelou sua vinda à capital.
“Aécio decidiu se concentrar nos municípios do eixo prioritário, no Sudeste. E, na questão financeira, o PSDB está dando prioridade a algumas outras capitais. Mas, a presença do senador Álvaro Dias é muito importante também”, disse o candidato.
Na última segunda-feira (17), Maluf aproveitou a presença do senador para organizar um jantar para arrecadação de fundos para a campanha.
O evento, que contou com a presença de cerca de 700 pessoas, foi realizado no Buffet Leila Malouf.
Sem estruturaGuilherme Maluf está tendo dificuldades, também, em captar doações para sua campanha. Na segunda prestação parcial de contas, divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 6 de setembro, o tucano havia arrecadado R$ 534 mil, de apenas sete doadores.
Apesar de ser a segunda maior arrecadação entre os candidatos a prefeito de Cuiabá, as doações ficaram abaixo da expectativa do candidato.
“A estrutura financeira de uma campanha pesa muito, porque fazer campanha sem estrutura é muito difícil. As campanhas que estão aparelhadas ao lado do Governo Federal ou Estadual sempre têm mais vantagem”, reclamou.
“Eu tenho conversado com algumas empresas que, a princípio, tinham declarado apoio à minha candidatura e iam nos ajudar no financiamento. Porém, isso não aconteceu. Muitos estão temerosas em fazer doações. Não sei o porquê. Talvez, eu não represente os interesses dessas empresas”, disse.
O tucano informou que todas as doações recebidas por sua campanha foram de empresas ligadas à família e que pertencem a parentes.
