LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O candidato a prefeito Guilherme Maluf (PSDB) disse ter adotado uma postura mais incisiva, na reta final de campanha, como uma tentativa de recuperar o posto de segundo colocado entre os candidatos que disputam a Prefeitura de Cuiabá.
O tucano revelou que sua intenção era crescer em cima da queda de Mauro Mendes (PSB), e disputar o segundo turno com Lúdio Cabral (PT).
“Basta observar qual o candidato que está caindo e qual está subindo. Quem está subindo é o Lúdio. Então, a minha chance seria ajudar a empurrar o Mauro para baixo, e de eu subir", disse o candidato, em entrevista ao
MidiaNews.
"É óbvia a estratégia. Para reverter uma curva, a inércia é muito maior, se você empurrar quem está descendo. A minha intenção era tirar o segundo lugar do Mauro”, afirmou.
Maluf disse que, com a tática, ele cresceu alguns pontos nas pesquisas de intenção de votos. Ele chegou a ser acusado por aliados de Mendes de ser “laranja” de Lúdio, em função das críticas que fez ao empresário, principalmente no que se refere ao uso do Residencial Santa Terezinha em seu programa eleitoral (leia
AQUI).
O tucano rechaçou as acusações e afirmou que elas eram “eleitoreiras”, com o objetivo de desqualificar suas críticas.
“Eu fui vereador, sou deputado de segundo mandato e não preciso ser laranja de ninguém. Ainda mais do candidato do PT, partido ao qual fazemos oposição em nível nacional. Existe uma determinação expressa do meu partido de não nos aliarmos ao PT. Para que eu seria laranja de uma pessoa com que eu não posso me aliar e aparecer?”, disse o candidato.
Fatores de queda Guilherme Maluf começou a corrida eleitoral no segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, e hoje aparece na terceira ou quarta posição, dependendo do levantamento.
O candidato atribui sua queda, entre outros fatores, à própria divulgação das pesquisas e à falta de apoio dentro do PSDB.
“Eu saio dessa eleição convicto que tem que se proibir a divulgação de pesquisas na época eleitoral. Elas induzem muito o eleitor. O eleitor, infelizmente, ainda não está preparado para analisar uma pesquisa. Nem eu, que sou candidato, estou preparado. Muitos pensam que um candidato tem tendência para ganhar, então resolvem votar nele”, avaliou.
“Eu aceito que estou em terceiro. Mas, as pesquisas colocadas me empurram para baixo. Além disso, tive dificuldades internas na gestão da minha campanha, faltou apoio do partido. Não foi um fator isolado que me fez cair”, completou.
Maluf ressaltou que, mesmo se não passar para o segundo turno, sua candidatura terá sido positiva, em razão do fortalecimento do partido, após a derrota de Wilson Santos (PSDB) na disputa pelo Governo do Estado em 2010, e a debandada resultante do enfraquecimento da sigla.
“Em Cuiabá, o PSDB tem pouca gente, passou por um enxugamento muito grande. Essa eleição serviu para reoxigenar o partido. Acho que vamos manter a bancada de três vereadores na Câmara, talvez aumentar mais um. Tudo isso graças à minha disputa eleitoral. Não era esse o objetivo, claro. O objetivo era ganhar. Mas, eu acho que consegui reerguer o PSDB”, disse.
O candidato ponderou, ainda, que as opiniões são divergentes quanto ao apoio dos tucanos em um eventual segundo turno entre Mauro Mendes e Lúdio Cabral.
“Algumas pessoas do partido têm a preferência pessoal por apoiar o Mauro, da qual eu não compartilho. Eu tenho a preferência de me manter independente. Até para poder, futuramente, fazer as críticas ao futuro prefeito”, completou o tucano.