Wilson diz que negociação envolveu Caramuru, Silval e Emanuel

O candidato à Prefeitura de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), acusou seu adversário, Emanuel Pinheiro (PMDB), de ser o principal beneficiário de um suposto esquema de propina envolvendo a concessão de incentivos fiscais à empresa Caramuru Alimentos S.A.

O esquema, segundo ele, teria sido articulado por meio da empresária Bárbara Pinheiro, cunhada de Emanuel, e da irmã dela, a advogada Fabíola de Cássia Noronha, além de Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó, irmão de Emanuel.

Os familiares são peixe pequeno. Tudo passou pela negociação política entre a Caramuru, o ex-governador Silval e Barbosa Emanuel. Emanuel usou as contas da família

Elas emitiram onze notas fiscais à Caramuru Alimentos, que somam o total de R$ 1,79 milhão, entre os meses de setembro e outubro de 2014.

“Fatos novos e relevantes surgiram em relação ao Caso Caramuru. Recebemos de maneira anônima na Assembleia Legislativa um conjunto de notas fiscais. A Caramuru, de fato, fez pagamentos parcelados aos familiares do meu concorrente, Emanuel Pinheiro. Tudo está ficando muito claro, pois as peças estão se encaixando", disse Wilson, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (27).

“Os familiares são peixe pequeno. Tudo passou pela negociação política entre a Caramuru, o ex-governador Silval Barbosa e Emanuel. Emanuel usou as contas da família”, afirmou o candidato.

Segundo ele, a Caramuru deixou de pagar cerca de R$ 50 milhões em impostos ao Governo do Estado (em um período de 15 meses) e pagou em torno de R$ 5 milhões de propina aos envolvidos.

“Já identificamos R$ 3,6 milhões a familiares de Emanuel e outras pessoas”, afirmou o tucano.

“O beneficiário é Emanuel Pinheiro”, completou o advogado José Rosa, que coordena a campanha política de Wilson Santos.

CPI

Ainda de acordo com Wilson, as notas fiscais ajudam a explicar o porquê de o deputado Emanuel Pinheiro ter insistido em querer integrar a CPI dos Incentivos Fiscais na Assembleia Legislativa.

Eu e o Zé do Pátio, sempre que buscávamos aprofundar em algumas investigações, nos esbarrávamos no deputado Emanuel Pinheiro

Emanuel conseguiu a vaga de membro na CPI após ingressar com uma ação na Justiça. No mandado de segurança junto ao TJ-MT, ele relatou que o presidente da AL, deputado Guilherme Maluf (PSDB), não observou a representação proporcional do PR (partido que ele ocupava à época) para a composição da CPI.

“Com a chegada dessas notas fiscais em nossas mãos ontem, completou o entendimento do porquê da insistência do Emanuel em adentrar a CPI. Ele ainda acabou indicando ao Zé do Pátio (presidente da comissão) a sua cunhada para trabalhar na CPI.

Wilson também sugeriu que Emanuel estaria na CPI para atrapalhar as investigações da comissão.

“Eu e o Zé do Pátio, sempre que buscávamos aprofundar em algumas investigações, esbarrávamos no deputado Emanuel Pinheiro”.

“Emanuel e seus familiares praticaram o mesmo modus operandi de Silval, e que o levou a cadeia”, afirmou, em referência à Operação Sodoma, que investiga fatos da mesma natureza e que motivou a prisão do ex-governador, em setembro de 2015.

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