Cuiabá, Segunda-Feira, 23 de Junho de 2025
MORTE DE CUIABANA
18.07.2024 | 08h57 Tamanho do texto A- A+

Após 6 anos, Justiça livra "Doutor Bumbum" de ir a júri popular

Lilian Calixto morreu em 2018 após procedimento estético com o médico; juiz não viu intenção de matar

Arquivo

O médico Denis Furtado e a delegada Adriana Belém, que conduziu as investigações à época

O médico Denis Furtado e a delegada Adriana Belém, que conduziu as investigações à época

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, desclassificou a denúncia por homicídio doloso contra o médico Denis Furtado, conhecido como "Doutor Bumbum", pela morte da bancária cuiabana Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberci, ocorrida em julho 2018.

 

Com a decisão, Dr. Bumbum não enfrentará o juri popular e passará a responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A decisão cabe recurso.

 

O fato não configura, em tese, delito doloso contra a vida, impondo-se a desclassificação para o Juízo singular

Para o magistrado, Furtado não agiu com dolo (intenção de matar), por isso não deve ser levado a júri popular. 

 

"Por outro lado, em não estando evidenciado que os acusados agiram com dolo de matar, tem-se que o fato não configura, em tese, delito doloso contra a vida, impondo-se a desclassificação para o Juízo singular", escreveu o magistrado.

 

A decisão também beneficiou sua mãe Maria de Fátima Barros Furtado, sua namorada Renata Fernandes Cirne e a secretária Rosilane Pereira da Silva.

 

Na decisão, o juiz afirmou que após colher os depoimentos dos réus e testemunhas, é "impossível detectar a presença" da intencionalidade de matar do médico.

 

"Os depoimentos colhidos durante a instrução, não trazem indícios suficientes de autoria em relação a crime doloso contra a vida. Pelo contrário, a tese aventada pela Promotoria de Justiça com atribuição neste Tribunal do Juri, no sentido da ocorrência em tese de crime de lesão corporal seguida de morte, aparenta ser a que melhor se ajusta ao panorama probatório carreado até o presente momento nestes autos", disse o magistrado.

 

O caso

 

Lilian morreu no dia 15 de julho de 2018 em um hospital do Rio de Janeiro horas após realizar um procedimento estético com uso de PMMA (polimetilmetacrilato) no apartamento do médico, na Barra da Tijuca. Ela tinha 46 anos.

 

O profissional foi preso quatro dias depois, mas consegui responder o processo em liberdade.

 

Um laudo do Instituto Médico Legal do Rio indicou que a bancária teve embolia pulmonar – quando o fluxo sanguíneo do pulmão é interrompido.

 

O perito usou o termo "embolia em chuveiro", porque havia micro partículas espalhadas pelo pulmão, impedindo a oxigenação do sangue.

 

O laudo também apontou quadro de choque, com falência de órgãos como fígado e rim.

 

Em depoimento a polícia, Denis admitiu que aplicou cerca de 300 ml de PMMA – um derivado do acrílico – na paciente. O produto tem uso permitido pela Anvisa, mas em pequenas quantidades.

 

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