O Grupo Manso teve seu plano de recuperação judicial aprovado na Assembleia Geral de Credores realizada nesta quinta-feira (04), com o aval da ampla maioria dos votantes, em torno de 100 credores, garantindo a continuidade das atividades da companhia. O plano irá reestruturar uma dívida de R$ 199 milhões e agora segue para homologação pela 4ª Vara Cível de Sinop, responsável pelo processo.
O ponto central do plano é a criação de uma classe fomentadora que não sofrerá qualquer deságio sobre o valor da dívida, preservando integralmente o montante devido aos credores que fomentarem a reestruturação do Grupo Manso. Para esta classe, os prazos de pagamento serão alongados em até seis anos para quitação.
A estratégia foi bem recebida pelos credores justamente por manter a integridade dos valores, ao mesmo tempo em que cria condições reais para que o grupo reorganize seu fluxo financeiro e recupere sua capacidade operacional.
A aprovação ocorreu por mais de 50% dos credores, permitindo ao Judiciário confirmar o plano mesmo quando não há unanimidade, garantindo o princípio da preservação da empresa.
Para a defesa do Grupo Manso, representada pelos advogados Clovis Sguarezi, Thuanny Silva Gomes e Lucca Dala Déa Camacho Pontremolez, a solução aprovada representa um marco para sua reestruturação, construído em consenso com a maior parte dos credores e sem perda patrimonial para eles. “O grupo pretende agora concentrar esforços na implementação das medidas de ajuste previstas, visando reconstruir competitividade e restabelecer sua posição no mercado”, afirmam.
A Assembleia foi presidida pelos administradores judiciais Luiz Alexandre Cristaldo e Aline Barini Nespoli, da Zapaz Administração Judicial, responsável pela RJ. Com a aprovação soberana da assembleia, mais de 50% dos credores, o processo segue agora para a fase final de homologação judicial.
GRUPO MANSO
O grupo tem origem familiar, com trabalho estabelecido no Norte de Mato Grosso, sobretudo na região de Peixoto de Azevedo.
A reestruturação é decorrente de uma série de desafios que a empresa familiar enfrenta desde 2022, sendo impactada pelas crises climáticas, queda no preço das commodities, alta nos custos de lavoura e juros elevados de créditos bancários escassos.
Soma-se a isso, prejuízos financeiros ocasionados por calote de outras empresas que entraram em processo de falência sem quitar valores em débito.
Atualmente, o Grupo Manso realiza as atividades agrícolas em uma área de aproximadamente 9 mil hectares e ultrapassará a marca de 12 mil nos próximos anos.
Seguindo um planejamento anual, no período de safra, toda extensão é destinada ao plantio de soja. Já na safrinha, a área é dividida em 3 mil hectares para algodão, 3 mil hectares para milho e cerca de 1.500 hectares para feijão e outras culturas agrícolas.
O Grupo Manso é liderado pelo produtor rural Sidnei Manso, natural do município de Osvaldo Cruz (SP) e filho de pequenos agricultores.
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