Cuiabá, Segunda-Feira, 11 de Agosto de 2025
SUPOSTO ESQUEMA NO TJ
11.08.2025 | 17h00 Tamanho do texto A- A+

Empresário apagou mensagens no dia da operação, diz Polícia

João Gustavo Ricci Volpato é apontado como principal beneficiário do suposto esquema no Judiciário

Reprodução

O empresário João Gustavo Ricci Volpato, que teria apagado conversas

O empresário João Gustavo Ricci Volpato, que teria apagado conversas

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

A Polícia Civil revelou que o empresário João Gustavo Ricci Volpato, apontado como principal beneficiário de um suposto esquema de desvio de recursos da conta única do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), apagou conversas do WhatsApp no dia da deflagração da Operação Sepulcro Caiado, no último dia 30 de julho. 

 

A análise revela um padrão consistente com tentativa de ocultação de evidências digitais, evidenciado pela exclusão sistemática de conversas

A informação consta no relatório de indiciamento dos investigados, assinado pelo delegado Pablo Carneiro, da Delegacia de Estelionatos de Cuiabá. 

 

Conforme o documento, o aparelho de João Gustavo, assim que apreendido, foi encaminhado à Diretoria de Inteligência para a extração de dados. A análise identificou 743 mensagens, incluindo registros do WhatsApp.

 

Desse total, foram identificadas 12 conversas com status “excluídas” e 152 com status “desconhecido”, o que para o delegado sugere possível tentativa de ocultação de provas.

 

Entre as mensagens, foram encontradas 28 conversas entre João Gustavo e sua esposa, Flávia Volpato, todas com conteúdo inacessível e provavelmente apagadas deliberadamente. A última conversa registrada data de 29 de julho de 2025.

 

O delegado destacou que no dia 30 de julho, horas antes da ação policial, houve atividade intensa no aparelho, incluindo acesso ao WhatsApp às 5h22 e uso da câmera às 5h34, indicando possível captura de evidências ou documentos naquele momento.

 

Ainda de acordo com o delegado, foram encontrados documentos importantes para o caso, como um boletim de ocorrência, contratos de confissão de dívida no valor de R$ 1,35 milhão, um requerimento de protesto de R$ 2,28 milhões, além de diversos cheques e documentos de correção monetária.

 

"A análise revela um padrão consistente com tentativa de ocultação de evidências digitais, evidenciado pela exclusão sistemática de conversas, particularmente aquelas com a esposa do investigado", escreveu o delegado.

 

"A presença de documentos financeiros substanciais no dispositivo, combinada com a atividade recente de aplicativos, sugere que o aparelho pode ter sido utilizado para documentar ou comunicar aspectos relevantes da investigação em curso", acrescentou. 

 

Indiciamento 

 

Além de João Gustavo, foram indiciados pelos crimes de  integrar organização e estelionato, seu irmão e sua mãe, s Augusto Frederico Ricci Volpato e Luiza Rios Volpato; o servidor do Tribunal de Justiça Mauro Ferreira Filho; e os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes, Themis Lessa da Silva, João Miguel da Costa Neto, Rodrigo Moreira Marinho e Régis Poderoso de Souza.

 

Ainda foram indiciadas a advogada Denise Alonso, e Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes.

 

A Operação Sepulcro Caiado apurou um suposto prejuízo estimado em mais de R$ 21 milhões aos cofres do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

 

O caso foi avocado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) logo após a deflagração da ação.

 

Agora, caberá ao STJ se aceita ou não o indiciamento dos alvos. Se for aceito, eles passarão a responder formalmente pelos crimes na Justiça.

 

No último fim de semana, o ministro Gilmar Mendes concedeu habeas corpus a todos os alvos e os retirou na prisão, sob medidas cautelares. 

 

Leia mais: 

 

Delegado indicia 11 por suposto esquema na conta do TJMT

 

 

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