Cuiabá, Segunda-Feira, 22 de Setembro de 2025
CONDENADO
22.09.2025 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

Juiz: empresário respondia a um dos maiores traficantes de MT

Flávio Henrique Lucas foi condenado a 21 anos de prisão por esquema interestadual de tráfico de drogas

Reprodução

O empresário Flávio Lucas e sua esposa, Mara Kenia Dier Lucas

O empresário Flávio Lucas e sua esposa, Mara Kenia Dier Lucas

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O empresário Flávio Henrique Lucas, condenado a 21 anos de prisão por tráfico de drogas e associação para o tráfico, atuava como uma espécie de “funcionário” de um traficante considerado um dos maiores fornecedores de drogas de Mato Grosso e atualmente foragido.

 

Restou ainda evidenciado que Flávio responde diretamente a um superior hierárquico identificado como Marco Antônio da Silva, vulgo “Neném” a quem se refere como "Homi"

A informação consta na sentença condenatória, assinada pelo juiz Douglas Bernardes Romão, da 1ª Vara Criminal de Barra do Garças. 

 

Além de Flávio Lucas, sua esposa, a cirurgiã-dentista Mara Kenia Dier Lucas, também foi condenada a 21 anos de prisão pelos mesmos crimes. Os dois estão presos desde maio do ano passado, após serem alvos da Operação Escamotes, deflagrada pela Polícia Federal.

 

No documento, o juiz afirmou que Flávio respondia diretamente ao traficante, que seria o líder da estrutura criminosa, com quem tinha constante contato, e a quem se referia como "Homi" ou "Patrão".

 

"Restou ainda evidenciado que Flávio responde diretamente a um superior hierárquico, a quem se refere como "Homi", o qual, se encontra foragido e é apontado como chefe da organização criminosa e principal responsável pelo financiamento das operações ilícitas, sendo alvo de operações policiais anteriores pela prática de crimes relacionados ao tráfico de drogas", escreveu o juiz.

 

Devido à sua situação de foragido da Justiça, ele foi suspenso no processo. Entretanto, diante da comprovação de que ele teria posição de liderança no grupo criminosa, foi determinada a alienação dos bens imóveis dele.

 

"Ainda que o processo em relação a ele esteja suspenso, há relevante material probatório que apontam sua posição de liderança na estrutura criminosa, o que justifica a aplicação dos instrumentos legais disponíveis para impedir que os bens eventualmente adquiridos com recursos ilícitos sejam dissipados ou permaneçam improdutivos", consta na decisão.

 

"Vivendo na Bolívia"

 

No julgamento, o delegado de Polícia Federal José Félix Jesus da Rocha, que conduziu as investigações, relatou que acredita que o traficante esteja vivendo na Bolívia. O delegado também falou sobre o histórico criminal do acusado, que é conhecido das autoridades.

 

"Ele tem uma ficha criminal muito grande, já tinha sido alvo de operação no ano de 2013 pela Polícia Civil. Ele forjou uma identidade tanto pra ele quanto para a família. Ele era a pessoa em quem o Flávio sempre reportava como o 01, como chefe da organização", disse José Félix.

 

Segundo o delegado, Flávio pedia autorização para o traficante para executar as ações da quadrilha, e prestava contas a ele acerca de repasses do grupo. Nos registros coletados da quebra de sigilo telemático, ainda foram encontradas várias conversas entre os dois, inclusive chamadas de vídeo.

 

"Tudo indica que ele era a pessoa que, além de fazer essa coordenação, recebia o entorpecente do exterior. O tráfico era interestadual, mas essa droga com certeza vem da Bolívia e através dessa associação ele distribuía e cobrava os dividendos do resto da associação", disse.

 

"Inclusive tem imagem no celular do Flávio, onde tem uma reunião, e ele senta numa cadeira de destaque, como se fosse o líder do grupo. Então, a investigação conclui que realmente ele está foragido, provavelmente esteja na Bolívia, a gente não sabe. Ele era o líder dessa associação criminosa, com certeza", completou.

 

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