A empresária Thaysa Lucas, presa em dezembro do ano passado e condenada por tráfico de drogas e associação para o tráfico, cumpre pena em prisão domiciliar desde março deste ano para cuidar dos pais, ambos com mais de 70 anos.
Ela foi condenada a 18 anos e seis meses de prisão pelo juiz Douglas Bernardes Romão, da 1ª Vara Criminal de Barra do Garças, que negou o direito dela recorrer em liberdade, mantendo a domiciliar.
Thaysa é irmã do empresário Flávio Henrique Lucas, apontando como líder do esquema, e condenado a 21 anos de prisão. A esposa dele, a cirurgiã-dentista Mara Kenia Dier Lucas, também foi condenada a 21 anos.
Os dois estão presos desde maio do ano passado após ser alvo da Operação Escamotes, deflagrada pela Polícia Federal.
A prisão preventiva de Thaysa havia sido decretada em 12 de dezembro de 2024, também pelo magistrado Douglas Romão. Na ocasião, o juiz acolheu a um pedido do Ministério Público Estadual (MPE), com o intuito de assegurar a ordem pública e a conveniência da instrução criminal.
A defesa da empresária recorreu ao Tribunal de Justiça alegando, entre outras coisas, que ela possui pais idosos com mais de 70 anos, que moram em sua casa, necessitando, também, de seus cuidados.
A domiciliar foi concedida pela Primeira Câmara Criminal, mediante uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento integral em casa, comparecimento a todos os atos processuais, proibição de contato com outros réus e impedimento de se envolver em novos crimes.
Além disso, foi determinado que seja feito estudo psicossocial mensal na residência dos pais da acusada, para avaliar a necessidade da presença dela nos cuidados cotidianos.
Os relatórios de monitoramento devem ser apresentados a cada 15 dias.
“Financiadora do tráfico”
Reprodução
O empresário Flávio Henrique Lucas e a cirurgiã dentista Kenia Dier Lucas: condenados
Conforme a sentença, Thaysa atuava como financiadora do tráfico em parceria com o irmão, Flávio Henrique Lucas, e a cunhada, Mara Kenia Dier Lucas.
De acordo com as investigações, o esquema funcionava com drogas vindas da Bolívia para Cuiabá, de onde eram distribuídas para outros estados, como Goiás e Bahia.
O grupo utilizava veículos alugados, preparados em funilarias ligadas à quadrilha, com fundos falsos para o transporte dos entorpecentes.
Ao ser interrogada em juízo, Thaysa negou envolvimento no tráfico interestadual. Ela afirmou que mantinha apenas relações comerciais com o irmão e a cunhada, restritas à compra e venda de veículos.
No entanto, segundo o magistrado, a versão da empresária não se sustentou diante das provas técnicas, testemunhais e dos dados extraídos de celulares e nuvens.
“Thaysa não era uma figura periférica ou ocasional, mas integrava o grupo de maneira estável e coordenada, participando das atividades relacionadas especialmente ao financiamento do tráfico, notadamente evidenciado por vultosas transferências bancárias, uma delas no valor de R$ 200.000,00, realizadas em favor da cunhada Mara", diz trecho da sentença.
"Valor esse que teria sido usado para custear despesas operacionais do tráfico, como aluguel de veículos, viagens de transportadores, diárias de hospedagem e pagamento de honorários advocatícios de integrantes presos”, completa o documento.
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