Juiz mantém prisão de PM acusado de tentar matar motorista de app

A Justiça de Mato Grosso manteve a prisão temporária do tenente da Polícia Militar Rennan Albuquerque de Melo, de 34 anos, após audiência de custódia realizada no sábado (27). Ele é suspeito de tentar matar um motorista de aplicativo durante uma briga de trânsito ocorrida no último dia 19, em Cuiabá.

A decisão é do juiz plantonista Jurandir Florêncio de Castilho Júnior, que entendeu não haver alteração no cenário que motivou a decretação da medida.

“Assim, não havendo o que deliberar acerca da segregação do autuado, em razão de os fundamentos que ensejaram a decretação de sua prisão permanecerem hígidos, mantenho a prisão temporária do investigado”, escreveu o magistrado.

Rennan foi preso no sábado (27) por agentes da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em um condomínio residencial no bairro Ribeirão do Lipa. Durante a ação, três aparelhos celulares foram apreendidos.

Conforme a Polícia Civil, a tentativa de homicídio ocorreu após uma discussão no trânsito, nas proximidades do Shopping Goiabeiras. A vítima foi encontrada dentro de um veículo Nissan Versa, com ferimentos provocados por disparos de arma de fogo, um na cabeça e outro na coxa esquerda. Após o crime, o suspeito fugiu.

O motorista de aplicativo foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Até o momento, não há informações atualizadas sobre o estado de saúde.

Por se tratar de prisão temporária de policial militar, o juiz determinou que o custodiado permaneça sob responsabilidade da própria corporação. Ele segue detido no Batalhão da Rotam, na Capital.

Histórico de violência

Segundo a Corregedoria-Geral da Polícia Militar, Rennan já estava afastado das funções desde janeiro deste ano, após um suposto episódio de agressão envolvendo um adolescente de 15 anos. Na ocasião, ele também teve o porte de arma suspenso.

O caso teria ocorrido no Condomínio Residencial Antártica, onde o menor mora com a família. Conforme apurado à época, as agressões começaram enquanto o adolescente brincava na rua com amigos.

Uma tia da vítima relatou ao MidiaNews que Rennan saiu de casa após perceber um risco na lataria de seu carro, um Volkswagen Jetta branco, e passou a acusar o adolescente. Ainda segundo o relato, o policial teria enforcado o jovem e exigido que ele indicasse quem teria cometido o suposto ato de vandalismo.

O delegado Caio Albuquerque, titular da DHPP e responsável pela investigação de tentativa de homicídio, afirmou que o histórico do suspeito pode ser levado em consideração pela Justiça na análise da manutenção da prisão.

“Tem esse histórico, mas são outros fatos. Obviamente, para a manutenção da prisão, antecedentes são verificados, para se analisar a personalidade e a periculosidade da pessoa. Isso será avaliado, mas é um critério da autoridade judiciária”, disse.

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