A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do motorista Ciro Tiburcio da Silva Barros, de 62 anos, envolvido no acidente que matou a empresária Alessandra Mara Prado Gomes, de 36.

A decisão foi tomada pela juíza Edna Ederli Coutinho durante audiência de custódia realizada na tarde desta segunda-feira (15).
A empresária estava em um carro com o seu marido, Edmilson Gonçalves, de 37, e sua filha, A.B.P.G., de 10, quando foram atingidos pelo veículo de Ciro, na noite de domingo (14), na rodovia MT-060, em Poconé (105 km de Cuiabá).
Alessandra morreu presa às ferragens. O marido e a filha foram encaminhados a uma unidade de saúde de Várzea Grande.
Na decisão, a magistrada citou que Ciro relatou aos policiais, após o acidente, ter ingerido “duas latinhas de cerveja” pela manhã. Para ela, a conduta “demonstra a consciência do perigo da ingestão de álcool associada à condução de veículo”.
“Nesse contexto, embora o auto de prisão em flagrante tenha sido inicialmente lavrado com enquadramento no art. 302, §3º, do Código de Trânsito Brasileiro [homicídio culposo], os elementos informativos coligidos aos autos indicam, em tese, a possibilidade de reclassificação jurídica da conduta para homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual (art. 121, caput, do Código Penal), diante da assunção consciente do risco de produção do resultado morte”, disse trecho da decisão.
A juíza também citou que Ciro já se envolveu em outros dois acidentes por dirigir embriagado.
Montagem/MidiaNews
A empresária Alessandra Mara Prado Gomes, que morre em acidente
“Evidencia-se, portanto, que a progressão na gravidade das condutas, de embriaguez ao volante e com vítima fatal, demonstra escalada criminosa e periculosidade social concreta. Registre-se, ainda, que não há nos autos qualquer informação de que o autuado tenha prestado ou sequer solicitado socorro às vítimas após o sinistro, circunstância que denota indiferença post factum e reforça a insensibilidade do agente diante das consequências de sua conduta”, afirmou na decisão.
“Dessa forma, conclui-se que a prisão preventiva, no presente momento processual, encontra-se devidamente fundamentada em elementos concretos e individualizados, não constituindo antecipação de pena, mas medida excepcional, necessária e proporcional para a preservação da ordem pública, diante da gravidade concreta da conduta e do risco real de reiteração de delitos da mesma natureza”, concluiu.
O acidente
O acidente ocorreu por volta das 21h, quando a família seguia sentido Várzea Grande em um veículo Gol e Ciro ia sentido Poconé, em um Fiesta.
O marido da empresáriA afirmou que dirigia por um trecho de aclive quando o outro veículo perdeu o controle e entrou na sua frente, causando a colisão frontal.
Já Ciro afirmou que dirigia normalmente e foi surpreendido pelo outro carro. Ele foi conduzido à Delegacia de Polícia para as devidas providências e passou pela audiência de custódia na tarde de ontem (15).
Alessandra era proprietária do salão de beleza e estética Mara Gomes Salon, localizado em Cuiabá. Ela deixou duas filhas e o marido.
Familiares lamentaram a morte da empresária e pediram por justiça nas redes sociais.
“Até quando as nossas leis vão continuar sendo frouxas para quem bebe e dirige embriagado?! [...] Eu queria que tudo isso fosse mentira, mas infelizmente não é. Estou muito triste, arrasado. Obrigado por tudo que você me fez, por sempre ter me ajudado. Eu nunca vou esquecer isso, prima”, disse um primo, Maycon Gomes.
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