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16.12.2025 | 08h30 Tamanho do texto A- A+

Juíza discute com advogados e manda OAB "se danar"; veja vídeo

Advogados realizam manifestação no Fórum contra a atitude da magistrada; TJ ainda não se manifestou

Josi Dias/TJMT

A juíza Mônica Perri, que presidia júri de policial civil acusado de matar policial militar

A juíza Mônica Perri, que presidia júri de policial civil acusado de matar policial militar

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

A juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, protagonizou uma discussão com advogados durante o primeiro dia do júri popular do investigador da Polícia Civil Mário Wilson Vieira da Silva Gonçalves, nesta segunda-feira (15).

 

Na ocasião, a magistrada mandou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) “se danar”. 

 

Ah, que se dane, uai. Vocês estão aí só levantando OAB, OAB, OAB. Mantenham o respeito

“Ah, que se dane, uai. Vocês estão aí só levantando OAB, OAB, OAB. Mantenham o respeito”, afirmou a magistrada.

 

Logo em seguida, um dos advogados argumentou que “quando há desrespeito às prerrogativas, a OAB se levanta”.

 

Segundo relato do advogado Claudio Dalledone, que defende o réu, a discussão teve início após a defesa informar que a OAB acompanhava o julgamento para analisar possível quebra de prerrogativas. Diante disso, a juíza teria reagido de forma ríspida.

 

Em resposta, a magistrada determinou que os advogados em questão fossem retirados do plenário.

 

Nesse momento, um dos advogados reagiu ao classificar a situação como absurda e pediu para que a juíza anunciasse sua prisão.

 

“Isso é um absurdo o que está acontecendo aqui. Mande prender, então, excelência. Mande prender os advogados. Eu entrego a minha liberdade à vossa excelência. Mande me prender. Entrego minha liberdade pela defesa do acusado. Vossa excelência está ultrapassando todos os limites”, disse.

 

Vossa Excelência está ultrapassando todos os limites

Ainda segundo o advogado Dalledone, a sessão foi tranquilizada após a intervenção de um policial militar.

 

Na manhã desta terça-feira (16),  advogados realizam uma manifestação no Fórum de Cuiabá contra a atitude da magistrada.

 

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso ainda não se manifestou sobre o assunto.  

 

O julgamento 

 

A discussão foi registrada durante o júri popular do policial civil Mário Wilson Vieira da Silva Gonçalves, acusado de matar o policial militar Thiago de Souza Ruiz dentro da loja de conveniência de um posto de combustível localizado em frente à Praça 8 de Abril, em Cuiabá, no dia 27 de abril de 2023.

 

O policial civil responde por homicídio qualificado, com agravantes de motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, morta com disparos de arma de fogo. Mário está solto desde setembro de 2023.

 

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o investigador e um amigo foram até a conveniência, onde encontraram uma terceira pessoa, que apresentou a vítima aos dois.

 

Segundo o MPE, o policial militar e o investigador se “estranharam” por desconfiança quanto à condição policial de ambos.

 

Após conversarem, Thiago levantou a camisa para expor uma cicatriz, a ação deixou a mostra um revolver. Mario então se apossou da arma pedindo o que iniciou uma discussão.

 

 “Nesse ínterim, sacou da pistola que trazia consigo e apontou em direção a Thiago, após o que voltou a arma para a cintura, permanecendo com o revólver da vítima em mãos”, diz trecho da denúncia.

 

Na sequência, conforme o MPE, a vítima tentou recuperar o revólver, momento em que os dois entraram em luta corporal e caíram no chão.

 

Durante a confusão, testemunhas tentaram separar os envolvidos, mas a vítima acabou sendo atingida por vários disparos de arma de fogo efetuados pelo investigador.

 

Veja vídeo: 

 

 

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