Cuiabá, Domingo, 22 de Junho de 2025
JÚRI POPULAR
12.03.2012 | 18h06 Tamanho do texto A- A+

Julgamento do ex-cabo Hércules será nesta terça

Pistoleiro do comendador João Arcanjo Ribeiro já cumpre pena de mais de 100 anos

Reprodução

O crime ocorreu na tarde de 06 de junho de 2002, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA)

O crime ocorreu na tarde de 06 de junho de 2002, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA)

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

Conhecido como “braço armado” do comendador João Arcanjo Ribeiro, o ex-cabo da Polícia Militar, Hércules de Araújo Agostinho, vai enfrentar mais um júri popular nesta terça-feira (13), a partir das 8h.

Desta vez, o ex-policial, que já acumula mais de 100 anos de reclusão em regime fechado por uma dezena de homicídios – entre eles o do empresário Sávio Brandão de Lima –, será julgado pelo assassinato de Rivelino Jacques Brunini e Fauze Rachid Jaudy, bem como pela tentativa de homicídio contra o pintor Gisleno Fernandes.

O crime ocorreu na tarde de 06 de junho de 2002, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA). O júri será presidido pela juíza da Primeira Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Mônica Perri Siqueira. O promotor de Justiça Antônio Sérgio será o representante do Ministério Público Estadual (MPE).

Em entrevista ao MidiaNews, o advogado de defesa, Jorge Henrique Franco Godoy, afirmou que Hércules nega a autoria dos crimes e que não há provas suficientes nos autos que comprometam o ex-cabo no homicídio.

“As provas que existem nos autos não levariam a condenação dele e, até agora, ele nega a autoria desses dois assassinatos, assim como negava dos outros pelos quais já foi julgado”, disse Godoy.

Apesar de todas as condenações já recebidas pelo seu cliente, o advogado acredita que o histórico não deverá influenciar as pessoas selecionadas para compor o Conselho de Sentença.

“Confio no bom senso dos jurados”, declarou.

De acordo com a defesa, Hércules será julgado por duplo homicídio qualificado, contrabando e formação de quadrilha, o que, caso recebesse uma condenação máxima, somaria uma pena de, aproximadamente, 50 anos.

No entanto, a defesa acredita que, caso seja condenado, o ex-cabo não deverá pegar uma pena maior do que os 38 anos pelos quais foi condenado ainda na Justiça Federal, antes da defesa do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro ingressar com um recurso alegando a incompetência do Tribunal Federal para julgar os crimes, o que anulou o júri e resultou na volta do processo para o âmbito estadual.

“Se ele for condenado, espero uma penalidade baixa”, afirmou o advogado.

Denúncia do MPE

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, Rivelino Jacques Brunini era sócio da empresa Mundial Games, concessionária de máquinas caça-níqueis da organização criminosa chefiada por João Arcanjo Ribeiro, que explorava com exclusividade o ramo de jogos eletrônicos em Mato Grosso.

No entanto, Brunini teria se associado a um grupo do Rio de Janeiro, que planejava acabar com o monopólio de Arcanjo no Estado. Ele começava a descumprir ordens expressas do chefe da organização implantando novas máquinas sem permissão. 

Por essa razão, o comendador teria pago o ex-cabo Hércules e o comparsa dele, Célio Alves de Souza, para executarem o empresário.

Segundo o MP, no dia do crime, Rivelino Jacques Brunini, Fauze Rachid Jaudy e Gisleno Fernandes estavam em uma oficina mecânica localizada na avenida do CPA quando foram surpreendidos pelo ex-cabo, que se aproximou em uma moto pilotada por Célio e, utilizando uma arma de fogo de 9 milímetros, efetuou disparos contra todos.

Fauze Rachid e Gisleno Fernandes foram atingidos apenas por estarem na companhia de Brunini. 

O empresário foi atingido por sete disparos e morreu na hora. Fauze Rachid e Gisleno Fernandes foram atingidos por um disparo cada um, porém Rachid não resistiu e morreu.

Apesar de denunciado pelos crimes, o processo de Célio Alves foi desmembrado, em virtude de um recurso protocolado no Tribunal de Justiça.

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MARCELA  13.03.12 09h21
A JUSTIÇA TARDA, MAS NÃO FALHA !
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