Cuiabá, Quarta-Feira, 12 de Novembro de 2025
MORTE NO SHOPPING
12.11.2025 | 15h00 Tamanho do texto A- A+

Mãe, filho e mais um são julgados; delegado cita “vingança”

Crime vitimou o empresário Gersino Rosa dos Santos e o vendedor Cleiton de Oliveira de Souza Paulino

Josi Dias/TJMT

Os réus Vanderley Barreiro da Silva, Sílvio Júnior Peixoto e Jocilene Barreiro

Os réus Vanderley Barreiro da Silva, Sílvio Júnior Peixoto e Jocilene Barreiro

LARISSA AZEVEDO
DA REDAÇÃO

Teve início na manhã desta quarta-feira (12) o julgamento por júri popular dos três réus acusados de matar o empresário Gersino Rosa dos Santos e o vendedor Cleyton de Oliveira de Souza Paulino no Shopping Popular, em Cuiabá, em 22 de novembro de 2023. 

 

Era como se esse homicídio tivesse o condão de retirar a dor de uma mãe que havia perdido o filho

Jocilene Barreiro da Silva e o filho, Vanderley Barreiro da Silva, são apontados como mandantes do crime, e Sílvio Júnior Peixoto é acusado de executar os disparos. O julgamento é realizado no Fórum da Capital e conduzido pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá. 

 

Uma das testemunhas é o delegado Nilson Farias, responsável pelo caso. Segundo ele, o motivo do crime foi a vingança de Jocilene e Vanderley após a morte de outro filho da acusada alguns dias antes do duplo homicídio. 

 

Os acusados acreditavam que Gersino seria o responsável pela morte de Girlei Silva da Silva, de 31 anos, conhecido pelo apelido de "Maranhão", filho de Jocilene e irmão de Wanderley. Cleyton, que não tinha envolvimento com o caso, acabou morto “por acidente”. 

 

“Era como se esse homicídio tivesse o condão de retirar a dor de uma mãe que havia perdido o filho”, afirmou o delegado durante o depoimento. 

 

Josi Dias/TJMT

juri popular

O delegado Nilson Farias durante depoimento no júri popular

Ainda durante o depoimento, o delegado comparou a escolha da arma ao grau de responsabilidade dos envolvidos.

 
“Eles decretaram uma sentença de morte. Optaram por uma pistola 9 mm, uma arma com projétil de alta velocidade e grande poder de penetração. Quando Sílvio e Vanderley escolhem usar uma 9 mm em um local extremamente populoso, como o Shopping Popular, eles assumem o risco do resultado: aceitaram a possibilidade de atingir e matar qualquer pessoa que estivesse por perto", descreveu Farias.

 

A defesa de Jocilene 

 

A defesa de Jocilene chegou a questionar o papel da mulher no crime, mas o delegado afirmou que a origem cigana da família a coloca em um papel de liderança simbólica, mesmo que ela não tenha participado do parte operacional. 

 

“Na cultura cigana, ela é uma matriarca. As decisões passam primeiro por ela, há um respeito muito grande à figura feminina. Acredito que a principal participação dela foi dar o aval, o consentimento, mas não a execução direta dos atos. Ela tem o domínio sobre o que vai ou não acontecer”, explicou. 

 

O crime, classificado como homicídio qualificado com duplo resultado e motivo torpe, completará dois anos no fim deste mês. O julgamento segue com oitiva de testemunhas e depoimento dos réus ao longo do dia.

 

Familiares testemunham 

 

A esposa de Cleyton foi a terceira testemunha a ser ouvida durante o julgamento, ela afirmou que soube da morte do marido por meio de notícias. 

 

Ela cuida da filha do casal, de seis anos, que precisa passar por terapia semanalmente após o homicídio do pai. “Para nossa família tem sido doloroso. ele saiu para trabalhar e não voltou”, disse a viúva em lágrimas.

 

Além disso, ela afirmou que ficou traumatizada após o crime. “Depois do homicídio, não saí mais de casa. Nunca pensei em passar por isso. O Cleyton era um homem de família, só saía para trabalhar. Até hoje, não recebi nada de ninguém”, afirmou. 

 

O irmão de Gersino também prestou depoimento e afirmou que soube da morte no momento em que chegou no Shopping Popular, pouco tempo depois do crime. “O local estava cheio de pessoas. Quando cheguei, vi meu irmão já caído no chão, coberto de sangue”. 

 

Ele ainda disse que a perda do irmão impactou toda a sua família, que pede por justiça. “É muito difícil ter que ser forte e contar para a família. Peço por justiça, porque o que fizeram foi uma covardia”, afirmou emocionado. 

 

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