O desembargador Marcos Machado propôs ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso o chamamento de três novos desembargadores para integrar o órgão.
A propositura foi encaminhada à presidente do Judiciário, desembargadora Maria Helena Povoas, mas só deve ser discutida no ano que vem, na gestão de um novo presidente.
A ideia do desembargador é fortalecer a Segunda Instância com a criação efetiva da Terceira Câmara de Direito Público, que há quatro anos funciona de maneira temporária.
Marcos Machado relembrou que, no primeiro semestre de 2020, a Assembleia Legislativa autorizou a criação de nove novas vagas de desembargadores por meio de uma Emenda a Constituição.
Desde a ocasião, o Judiciário tem a permissão para preencher as vagas, mas não o fez pois a gestão da desembargadora Maria Helena definiu a priorização das contratações para a primeira instância.
“Nós temos condição de aproveitar essas vagas criadas, mas como eu disse, obedecendo de forma criteriosa o orçamento do Tribunal e chamando de forma gradativa e progressiva. Hoje, o que posso dizer é que o Tribunal não deve funcionar com apenas duas Câmaras de Direito Público. Isso é uma questão que eu constato há 11 anos, desde quando entrei no Tribunal”, disse.
Hoje, a câmara temporária funciona com três juízes do primeiro grau. “Ou seja, são convocados para atuarem em segundo grau, como se desembargadores fossem. [...] Na linguagem popular: Estamos vestindo um santo e descobrindo outro”, explicou o desembargador.
E o quinto constitucional?
Com a possibilidade da nomeação de novos três desembargadores, a dúvida sobre quem ocupará a vaga do chamado quinto constitucional foi levantada. O chamado quinto constitucional ocorre pois 1/5 das vagas dos tribunais devem ser de escolha do Ministério Público Estadual (MPE) e outra da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
No entendimento do desembargador Marcos Machado, as três vagas deveriam ser preenchidas por juízes de direito. Isso porque, um quinto de 33 – total de desembargadores - , dá um número fracionado, e para ele, as vagas deveriam ser preenchidas quando o calculo dessem resultados exatos.
“Se nós tivéssemos um preenchimento gradativo ou progressivo, que é como penso que deve ser, vamos chegar ao quinto constitucional matematicamente. Se fossem 35, não haveria nem discussão, porque 35 dividido por cinco, dá sete”, disse.
“E é como eu defendo. É a fração inteira, que vai chegar mais dia ou menos dia. Ou seja, quando o Tribunal resolver preencher as vagas para 35 ou 39, ele vai chegar no 7º e no 8º membro do quinto constitucional”, completou.
Visões diferentes
Ocorre que o entendimento de Marcos Machado não é uníssono. Há representantes da OAB que entendem que a vaga deve ser destinada à advocacia, enquanto promotores e procuradores entendem que a vaga deve ser deles.
Machado apontou que a discussão deve ser feita em um segundo momento. A prioridade, para ele, deve ser o levantamento orçamentário para a nomeação das novas cadeiras e, posteriormente, a discussão no pleno de quem deverá ocupar as vagas.
“Agora, isso vai gerar discussão? Pode ter interpretações de um lado e de outro? Com certeza. Mas isso não é nenhum problema. O que o tribunal pleno entender. O direito possibilita argumentação, ponderação, juízo de razoabilidade”, disse.
“Então, nessa seara eu não vou de maneira nenhuma dizer como o tribunal irá pensar, porque vai ser o entender do colegiado”, completou.
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1 Comentário(s).
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Graci O Miranda 12.10.22 23h01 | ||||
DES. MARCOS MACHADO , EXCELENTE PROPOSTA. | ||||
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