MPE aponta “capricho pessoal” e denuncia delegado por abuso

O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o delegado Bruno França, lotado na Delegacia de Sorriso (a 415 km de Cuiabá), pelos crimes de  abuso de autoridade e ameaça no episódio em que invadiu a casa da empresária Fabíola Cássia Garcia Nunes, no Florais dos Lagos, na Capital.

Que não deveria ter feito uma entrada tão agressiva e que houve uma desproporcionalidade

A denúncia é assinada pelo promotor de Justiça Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho, da Promotoria Criminal de Tutela Coletiva e Segurança Pública da Capital.

O caso ocorreu no dia 22 de novembro de 2022 e foi filmado por uma câmera de segurança da residência. O delegado alegou que a mulher teria descumprido uma medida protetiva de não se aproximar do seu enteado, que se envolveu em uma briga com o filho dela.  

Na denúncia, o promotor destacou que empresária sequer tinha conhecimento da medida protetiva, uma vez fez que só foi notificada em março de 2023.

Para Reinaldo, o delegado agiu de forma “excessiva e desproporcional” e “por mero capricho ou satisfação pessoal”.

O promotor citou que o próprio delegado reconheceu, em interrogatório, "que não deveria ter feito uma entrada tão agressiva e que houve uma desproporcionalidade, principalmente no tom de voz usado, pois era uma pessoa que ofereceria pouca resistência". 

No mesmo documento, porém, o promotor deixou de denunciar o delegado pelo crime de violação das prerrogativas do advogado Rodrigo Pouso, que faz a defesa da empresária, e foi xingado por França.

Reinaldo também deixou de denunciar os três policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), que ajudaram França na invasão da residência.

Relembre o caso

Toda a ação aconteceu na sala da residência, onde a empresária estava com sua filha pequena, o marido e uma massagista.

Nas imagens divulgadas na época é possível ver o momento em que o delegado entra na casa com uma arma na mão e começa a gritar com a mulher: “Deita no chão! Deita, filha da puta!”.

A filha da empresária chora desesperadamente, mas França segue gritando e ameaçando a mulher. 

Por conta do episódio, o delegado chegou a ficar afastado da função por 60 dias. 

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