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18.11.2021 | 15h00 Tamanho do texto A- A+

MPE: conversas no Whats revelam influência de 1ª dama na Saúde

Márcia Pinheiro tratava de questões funcionais diretamente com chefes da pasta

MidiaNews

A primeira-dama Márcia Pinheiro, que foi alvo de operação

A primeira-dama Márcia Pinheiro, que foi alvo de operação

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

Relatórios elaborados pelo Ministério Público Estadual (MPE), feitos com base em documentos e telefones celulares apreendidos durante buscas e apreensões na Operação Capistrum, revelam o nível de influência da primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, na Secretaria de Saúde.

 

A operação, deflagrada em 19 de outubro passado, afastou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e apura a existência de uma organização criminosa montada para acomodar indicações de políticos aliados em cargos na Secretaria da Saúde - inclusive com pagamentos ilegais de "prêmio saúde" de até R$ 5,8 mil.

 

Mesmo sem exercer cargo, Márcia, uma das investigadas pelo MPE, mostra autoridade sobre questões relevantes na estrutura da Prefeitura de Cuiabá.

 

No celular da primeira-dama, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) encontrou algumas conversas reveladoras, por meio do WhatsApp.

 

Em uma delas, Márcia Pinheiro conversa com Ricardo Aparecido Ribeiro, ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde.

 

No diálogo, ocorrido em 25 de março passado, ela questiona sobre os valores do salário e prêmio saúde de uma servidora, bem como por onde ele é pago.

 

"Quanto está o salário e o prêmio da Juliana? Que trabalha no gabinete do secretário", questiona Márcia.

 

Veja:

marcia 1

 

marcia 2

 

marcia 3

 

Rescisão

 

Em outro diálogo, realizado no dia 6 de abril, a primeira-dama questiona o então coordenador acerca do não pagamento da rescisão de alguma servidora, e pede para que ele resolva tal situação.

 

"Ricardo, tudo bem. Porque não foi paga a rescisão dela?", questiona.

 

"Dona Márcia, o acerto rescisório dela foi calculado e lançado para pagamento no mês de março", responde o então coordenador.

 

"Ricardo, vê a rescisão dela urgente, por favor", reforça Márcia Pinheiro.

 

"Sim senhora. Vou providenciar isso", responde.

 

marcia 4

 

O Gaeco ainda apontou no relatório que além de “influência” em relação a pagamentos, a primeira-dama também determinava atividades que deveriam ser desenvolvidas pelos servidores daquela pasta, em conversa realizada no dia 26 de maio.

 

“Ricardo, estou precisando do empenho de vcs, poucos estão sabendo da plataforma, já era pra vcs estarem com e-mails atualizados, celulares ou melhor todos os dados corretos dos servidores, e claro uma plataforma de contato (sic).”

 

“Ricardo quero q em 24 horas todos os servidores saibam dessa plataforma (sic)”.

 

Veja:

 

 

 

Plantões

 

Ainda segundo o Gaeco, em diálogo nos dias 14 e 15 de junho, Ricardo Aparecido atendendo determinação da primeira-dama, realizou um levantamento dos valores devidos aos médicos em decorrência de plantões e que estavam em atraso.

 

Veja: 

 

 

Capistrum 

 

A operação, deflagraa no dia 19 de outubro, teve como alvos o prefeito Emanuel Pinheiro (MBD), que foi afastado do cargo, Márcia Pinheiro, o chefe de gabinete de Emanuel, Antônio Morreal Neto, a ex-secretária adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos Ivone de Souza e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde Ricardo Aparecido Ribeiro.

 

O grupo é acusado de  criar um "cabide de empregos" na Secretaria Municipal de Saúde para acomodar indicação de aliados, obter, manter ou pagar por apoio político.

 

Outra acusação que pesa é a de pagamento ilegal do chamado "prêmio saúde", de até R$ 5,8 mil, sem nenhum critério. 

 

Segundo as investigações, o prefeito reiterou nas práticas consideradas irregulares apesar de determinações judiciais e de ordens do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

 

O prejuízo aos cofres públicos de Cuiabá, segundo o MPE, foi de R$ 16 milhões. 

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COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

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João Neto  19.11.21 12h00
Não sei o porque ter Nenel minions comentando aqui em horário de expediente. Vão trabalhar!
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Elaine  19.11.21 09h38
Querer se inteirar sobre salários e pgto de funcionários, querer que todos conheça a plataforma e pedir informações sobre atraso de pgtos de médicos não é influência é administração!
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Claure santos da silva   19.11.21 08h38
Claure santos da silva , seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Renato  18.11.21 16h07
pra falar a verdade, não vi nada de influência ai. pedir pra pagar uma rescisão de servidor demitido, é normal. todo mundo pedi pra pagar. não votei em Emanuel pra prefeito, mas tenho que admitir que Cuiabá está muito mais bela.
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