Cuiabá, Terça-Feira, 7 de Outubro de 2025
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07.10.2025 | 16h30 Tamanho do texto A- A+

Amigo de líder de facção é denunciado por atrapalhar investigação

Emerson Ferreira Lima, vulgo "Gordinho” foi preso na operação Tempo Extra, em 10 de setembro

Reprodução

Emerson Ferreira Lima, vulgo “GD

Emerson Ferreira Lima, vulgo “GD" e "Gordinho”, que foi preso pela Polícia Civil por tentar descartar celulares

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou, na segunda-feira (6), Emerson Ferreira Lima, vulgo "Gordinho”, por embaraço das investigações no âmbito da Operação Tempo Extra. Ele era alvo de busca e apreensão, mas foi preso em flagrante ao tentar se livrar de dois celulares.

 

Conforme a denúncia, Emerson tem forte vínculo com Paulo Witer Farias, o "WT", tesoureiro e um dos líderes da maior facção criminosa do Estado, que foi preso em abril de 2024, na operação Apito Final. Ele foi condenado a mais de 30 anos de prisão.

 

Quando foi alvo da Tempo Extra, no dia 10 de setembro, Emerson percebeu a aproximação dos policiais, correu até o banheiro do quarto do casal e arremessou dois aparelhos celulares no telhado do vizinho, consta na denúncia.

 

"Indagado pelos policiais, Emerson afirmou não possuir celular, o que era totalmente incompatível com o padrão de vida apresentado. Assim, os policiais passaram a proceder busca do aparelho e, ao terem a visão do telhado do vizinho, localizaram dois aparelhos celulares, consistentes em um Iphone 13 Pro Max, lacre 06195227 e um Iphone, preto", mostra trecho do documento.

 

Ainda de acordo com os autos, após conseguirem recolher os celulares, os policiais perceberam que um deles foi danificado na queda, enquanto o outro não havia sofrido nenhum dano. Ambos os celulares foram encaminhados para perícia.

 

"Ademais, na residência foram localizados bonés, camisetas e um anel dourado, todos exaltando o denunciado Paulo Witer, o que evidencia o real motivo de se desfazer dos aparelhos, embaraçando a investigação", escreveu o MPE.

 

Apito Final

 

Deflagrada em abril de 2024 pela Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia Especializda em Repressão ao Crime Organizado (Draco), a operação revelou um esquema de lavagem de dinheiro estimado em mais de R$ 65 milhões. Na ocasião, foram cumpridas 54 ordens judiciais, incluindo o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis.

 

A investigação, realizada ao longo de dois anos, apontou que o alvo principal utilizava diversas pessoas — entre amigos, familiares e advogados que atuavam como ‘laranjas’ — para adquirir imóveis, comprar e vender carros e atuar na locação de veículos com o dinheiro das práticas criminosas.

 

Tempo Extra

 

A operação é considerada uma extensão direta da Apito Final, já que os alvos de ambas as operações são praticamente os mesmos, o que reforça a tese de continuidade das atividades criminosas por parte do grupo.

 

A nova ofensiva busca desarticular a organização criminosa, asfixiando financeiramente o grupo, impedindo que ele se reestruture e retome o controle de áreas estratégicas para o tráfico e a lavagem de capitais.

 

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