O empresário Leilson Ventura da Silva e suas empresas LV Serviços Médicos e Hospitalares e MedPremium Comércio e Distribuidora de Produtos Médicos Hospitalares receberam R$ 7,5 milhões de empresas e pessoas jurídicas alvos da Operação Cupincha, que apura esquema de desvio de dinheiro da Secretaria de Saúde de Cuiabá.
Leilson é irmão do empresário foragido Liandro Ventura da Silva, apontando como “assistente” do ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, que foi preso na operação.
Leilson ainda é casado com Paula Cristina Alencar de Oliveira, filha do empresário Paulo Roberto Oliveira do Amaral, investigado na primeira fase da ação.
A operação foi deflagrada na última quinta-feira (27).
A suspeita da PF é de que Leilson e suas empresas foram usados para lavar o dinheiro do grupo. Tanto as empresas quanto Leilson tiveram os bens sequestrados pela Justiça até o valor de R$ 7,1 milhões.
Conforme as investigações, os pagamentos suspeitos foram feitos a Leilson e suas empresas entre outubro de 2020 e março de 2021.
Nesse período, ele recebeu R$ 606 mil, sendo R$ 291,5 mil da Hipermed Serviços Médicos e Hospitalares S.A; R$ 164,6 mil da empresa Desta Turismo Agência de Viagem Eireli; e de R$ 150 mil de Paulo Roberto Oliveira Assessor Consul e Planejamento Ltda.
Já a empresa LV recebeu R$ 3,5 milhões, sendo R$ 664 mil da empesa Smallmed; R$ 1,4 milhões da MedPremium e, R$ 110 mil da Ultramed.
O afastamento do sigilo bancário ainda identificou que a LV recebeu o valor de R$ 235 mil de Miriam Flávia Caldeira Jamur, R$ 654 mil da empresa Hipermed e R$ 450 mil da Ultramed novamente.
A MedPremium, por sua vez, recebeu R$ 3,4 milhões, sendo R$ 2,1 milhões da Empresa Cuiabana se Saúde Pública e R$ 250 mil da Smallmed.
Segundo o afastamento do sigilo bancário, a MedPremium também foi beneficiária de R$ 952 mil da Hipermed e de R$ 102 mil da Ultramed.
Veja fac-simile da decisão:
Operação Cupincha
Além do mandado de prisão contra Célio Rodrigues e Liandro Ventura, a PF ainda prendeu Paulo Roberto de Souza Jamur e cumpriu 13 mandados de busca e apreensão e bloqueou R$ 46 milhões em bens dos investigados.
Conforme a PF, o grupo empresarial que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, e manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.
O esquema na Secretaria de Saúde, conforme as investigações, funcionava por meio de reiteradas contratações emergenciais de empresas para prestar serviços na área de saúde em Cuiabá, contrariando a Lei de Licitações.
Segundo a PF, após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.
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