Cuiabá, Sexta-Feira, 1 de Agosto de 2025
ESQUEMA NA SAÚDE
15.08.2021 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Alvo da PF repassou R$ 1,5 milhão para empresas de turismo e veículos

Smallmed Serviços Médicos e Hospitalares recebeu R$ 8 milhões da Prefeitura de Cuiabá

MidiaNews

Polícia Federal investiga esquema com verbas da Saúde na Prefeitura de Cuiabá

Polícia Federal investiga esquema com verbas da Saúde na Prefeitura de Cuiabá

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

A Polícia Federal identificou movimentações financeiras da empresa Smallmed Serviços Médicos e Hospitalares, investigada na Operação Curare, com uma agência de viagem, um comércio de consignação de veículos automotores e uma empresa de consultoria em gestão empresarial.

 

A operação, deflagrada no dia 30 de julho, apura as reiteradas contratações emergenciais de empresas para prestar serviços na área de saúde em Cuiabá, contrariando a Lei de Licitações. Os agentes políticos e as empresas são acusados de crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, contratação ilegal, pagamento irregular e perturbação de processo licitatório.

 

No total, a Smallmed recebeu R$ 8 milhões da gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

 

Conforme a PF, a empresa repassou R$ 642 mil para a Desta Turismo Agência de Viagem Eirel, que tem Vilmar Jose de Moraes como proprietário.

 

Também repassou  R$ 467 mil à Stabilito e Stabilito Ltda, das empresárias Maria do Carmo Nascimento e Rosana Martins Silva Stabilito.

 

Além de R$ 405 mil à Paulo Roberto Assessoria Consult e Planejamento Ltda, que tem como sócios dois médicos, Juliano Vinicius Oliveira do Amaral e Paulo Cristiana Alencar de Oliveira.

 

Veja fác-simile: 

 

 

A PF apontou que Paula Cristina Alencar de Oliveira e Vilmar José de Moraes, sócio da Desta Turismo, apresentam o mesmo endereço da empresa LV Serviços Médicos e Hospitalares.

 

Reprodução/ Google Streetview

Destak Turismo - Delta Turismo

Fachada da Desta Turismo, nome fantasia da Destak Agência de Viagens e Turismo, que fica localizada na Rua Barão de Melgaço, em Cuiabá

 

Segundo a Polícia Federal, no endereço no entanto, não funciona qualquer empresa de serviços médicos, mas a sede da Pousada Baguari Pantanal, de propriedade de Paulo Roberto Oliveira do Amaral, pai de Paula Cristina Alencar de Oliveira.

 

A PF destacou que a LV Serviços Médicos e Hospitalares foi uma das empresas que enviou cotação de preços para uma dispesa de licitação da Prefeitura, certame em que a empresa Hipermed Serviços Médicos Hospitalares S.A. foi escolhida para gerenciar 20 leitos d UTI dos Hospital Municipal de Cuiabá.

 

A Hipermed, por sua vez, conforme a PF, repassou R$ 2,6 millhões para a Smallmed, "causando estranheza as movimentações em razão de se tratarem, em princípio, de empresas concorrentes no mesmo segmento de prestação de serviços hospitalares". 

 

O esquema 

 

Conforme a Polícia Federal, o esquema era formado por dois núcleos: empresarial e político-administrativo. 

 

Além da Smallmed e Hipermed, fazem parte do núcleo empresarial, conforme a Polícia Federal, a Ultramed Serviços Médicos Hospitalares; a Douglas Castro-ME (Vip Serviços Médicos); a Medserv Serviços Médicos e Hospitalares; e o Ibrasc – Instituto Brasileiro Santa Catarina.

 

Conforme a Polícia Federal, o grupo empresarial recebeu R$ 45 milhões da Prefeitura de Cuiabá, sendo R$ 11 milhões pagos à Hipermed; R$ 10 milhões a Douglas Castro-ME; R$ 16 milhões à Ultramed e R$ 8 milhões à Smallmed.

 

As investigações constataram que todas as empresas fazem parte do mesmo grupo empresarial - e atuavam no sentido de se "perpetuar" na prestação de serviços na área de saúde em Cuiabá.

 

Já  no núcleo político é formado, de acodo com a PF, pelos secretários municipais Célio Rodrigues da Silva [Saúde] e Alexandre Beloto [interino de Gestão], ambos afastados dos cargos pela Justiça Federal. 

 

Também comporiam o grupo o ex-secretário de Saúde Luiz Antonio Possas de Carvalho, o ex-diretor da Empresa Cuiabana de Saúde Antonio Kato e os servidores Hellen Cristina da Silva, Felipe de Medeiros Costa Franco e Mhayanne Escobar Bueno Beltrão Cabral. 

 

As investigações apontam que eles favoreceram o suposto esquema ao permitir que as empresas seguissem recebendo por meio de contratos emergenciais.

 

A operação 

 

A Operação Curare cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Curitiba (PR) e Balneário Camboriú (SC). 

 

Também foram cumpridas medidas cautelares de suspensão de contratos administrativos e de pagamento “indenizatórios”, bem como de suspensão do exercício de função pública.

 

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