Cuiabá, Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2025
R$ 21 MILHÕES
14.08.2025 | 10h30 Tamanho do texto A- A+

Suspeito de ligação com esquema, ex-vereador é afastado do TJ

Ligado ao ex-prefeito de Cuiabá, Luís Cláudio foi líder do Executivo e secretário municipal

Victor Ostetti/Midianews

O ex-vereador Luís Cláudio, que foi afastado das funções

O ex-vereador Luís Cláudio, que foi afastado das funções

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O ex-vereador de Cuiabá Luís Claudio (MDB), que é servidor do Tribunal de Justiça, foi afastado de suas funções na Corte em decorrência da suspeita de envolvimento no esquema que pode ter desviado R$ 20 milhões dos cofres públicos.

 

O caso veio à tona na Operação Sepulcro Caiado, deflagrada no fim de julho para investigar um suposto esquema de ajuizamento de ações de cobrança de dívidas inexistentes.

 

Conforme apurou o MidiaNews, Luís Cláudio teve o acesso a todo o sistema do TJ bloqueado e ainda vai responder a uma sindância interna.

 

Não há informações sobre qual o envolvimento do ex-vereador no caso. 

 

Ligado ao ex-prefeito Emanuel Pinheiro, Luis Cláudio foi líder do Executivo na Câmara Municipal e secretário municipal na gestão.

 

O afastamento foi determinado pelo desembargador José Zuquim Nogueira, presidente do Tribunal de Justiça.

 

Com isso, já são quatro os servidores do Judiciário afastados de suas funções após a operação. Além de Luís Claudio estão afastados Mauro Ferreira Filho, considerando o principal elo com o esquema, Eva da Guia Magalhães e Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco Correa.  

 

Sepulcro Caiado

 

Ao todo, a operação cumpriu 11 mandados de prisão, 22 mandados de busca e apreensão, 16 ordens de bloqueio de valores que somam R$ 21,7 milhões, 46 quebras de sigilo bancário e fiscal, além do sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. As diligências ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP).

 

Segundo as investigações, os suspeitos ajuizavam ações de cobrança em nome de empresas e, sem o conhecimento das partes rés, simulavam o pagamento das dívidas com comprovantes falsos de depósitos judiciais.

 

O servidor Mauro Ferreira, com acesso à conta única do tribunal, teria viabilizado o desvio ao migrar os valores para contas vinculadas aos processos fraudulentos, liberando alvarás de forma ilegal.

 

Ao menos 17 processos, protocolados entre 2018 e 2022, estão sob análise. A metodologia usada para os desvios teria sido comprometida após o Tribunal alterar, em 2023, o sistema de repasse de valores.

 

A lista de vítimas inclui empresários e pessoas físicas, muitas das quais descobriram ações com dívidas quitadas ficticiamente, chegando a R$ 1,8 milhão em um dos casos — embora os débitos reais fossem inferiores a R$ 100 mil. Em um episódio considerado grave, uma pessoa interditada judicialmente teve seu nome utilizado no esquema. 

 

Onze pessoas foram indiciadas pelo caso. São elas:

 

Wagner Vasconcelos de Moraes: pelos crimes de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.

 

Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes: organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.

 

João Gustavo Ricci Volpato: organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.

 

Luiza Rios Ricci Volpato: organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.

 

Augusto Frederico Ricci Volpato: organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.

 

Rodrigo Moreira Marinho: organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.

 

Themis Lessa da Silva: organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.

 

João Miguel da Costa Neto: organização criminosa e estelionato.

 

Régis Poderoso de Souza: organização criminosa e estelionato.

 

Mauro Ferreira Filho: organização criminosa e estelionato.

 

Denise Alonso: organização criminosa e estelionato.

 

 

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Antônio   14.08.25 13h12
Antônio , seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas