O ex-vereador de Cuiabá Luís Claudio (MDB), que é servidor do Tribunal de Justiça, foi afastado de suas funções na Corte em decorrência da suspeita de envolvimento no esquema que pode ter desviado R$ 20 milhões dos cofres públicos.
O caso veio à tona na Operação Sepulcro Caiado, deflagrada no fim de julho para investigar um suposto esquema de ajuizamento de ações de cobrança de dívidas inexistentes.
Conforme apurou o MidiaNews, Luís Cláudio teve o acesso a todo o sistema do TJ bloqueado e ainda vai responder a uma sindância interna.
Não há informações sobre qual o envolvimento do ex-vereador no caso.
Ligado ao ex-prefeito Emanuel Pinheiro, Luis Cláudio foi líder do Executivo na Câmara Municipal e secretário municipal na gestão.
O afastamento foi determinado pelo desembargador José Zuquim Nogueira, presidente do Tribunal de Justiça.
Com isso, já são quatro os servidores do Judiciário afastados de suas funções após a operação. Além de Luís Claudio estão afastados Mauro Ferreira Filho, considerando o principal elo com o esquema, Eva da Guia Magalhães e Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco Correa.
Sepulcro Caiado
Ao todo, a operação cumpriu 11 mandados de prisão, 22 mandados de busca e apreensão, 16 ordens de bloqueio de valores que somam R$ 21,7 milhões, 46 quebras de sigilo bancário e fiscal, além do sequestro de 18 veículos e 48 imóveis. As diligências ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP).
Segundo as investigações, os suspeitos ajuizavam ações de cobrança em nome de empresas e, sem o conhecimento das partes rés, simulavam o pagamento das dívidas com comprovantes falsos de depósitos judiciais.
O servidor Mauro Ferreira, com acesso à conta única do tribunal, teria viabilizado o desvio ao migrar os valores para contas vinculadas aos processos fraudulentos, liberando alvarás de forma ilegal.
Ao menos 17 processos, protocolados entre 2018 e 2022, estão sob análise. A metodologia usada para os desvios teria sido comprometida após o Tribunal alterar, em 2023, o sistema de repasse de valores.
A lista de vítimas inclui empresários e pessoas físicas, muitas das quais descobriram ações com dívidas quitadas ficticiamente, chegando a R$ 1,8 milhão em um dos casos — embora os débitos reais fossem inferiores a R$ 100 mil. Em um episódio considerado grave, uma pessoa interditada judicialmente teve seu nome utilizado no esquema.
Onze pessoas foram indiciadas pelo caso. São elas:
Wagner Vasconcelos de Moraes: pelos crimes de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.
Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes: organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.
João Gustavo Ricci Volpato: organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.
Luiza Rios Ricci Volpato: organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.
Augusto Frederico Ricci Volpato: organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.
Rodrigo Moreira Marinho: organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.
Themis Lessa da Silva: organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público e falsidade ideológica.
João Miguel da Costa Neto: organização criminosa e estelionato.
Régis Poderoso de Souza: organização criminosa e estelionato.
Mauro Ferreira Filho: organização criminosa e estelionato.
Denise Alonso: organização criminosa e estelionato.
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1 Comentário(s).
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Antônio 14.08.25 13h12 |
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