A desembargadora Maria Erotides Kneip, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), negou o pedido feito pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT), que tentava proibir o Governo de continuar cortando o ponto dos profissionais que estão em greve.
A decisão é da última quarta-feira (19).
O sindicato ingressou com ação civil pública para que as contas do Estado fossem bloqueadas em quantia suficiente para o pagamento dos dias descontados, além do Executivo se abster de descontar os dias paralisados em folhas de pagamento futuras.
Parte dos profissionais da Educação estão em greve desde 27 de maio e exige, entre outras coisas, o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) e o cumprimento da lei da dobra salarial (aprovada em 2013), que dá direito a 7,69% a mais na remuneração, anualmente, durante 10 anos.
Na ação, o Sintep disse que o Governo agiu de forma "ilegal" ao descontar os dias de greve da folha dos servidores.
"Alega, em síntese, que as reivindicações do movimento paredista são lícitas, eis que pedem a valorização salarial da categoria, que os recursos financeiros são suficientes para o atendimento da pauta, constituindo em verdadeira falácia a alegação de ausência de orçamento, especialmente se considerar as anistias e incentivos fiscais concedidos", diz trecho do pedido.
“Sustenta a legalidade da greve e a ilegalidade das condutas do Estado, conquanto foram esgotadas todas as vias de negociação, não sendo priorizado o diálogo com os servidores da educação, tendo sido cumpridos os requisitos previstos na Lei 7.783/89.”, diz outro trecho pedido.
Esta é a terceira derrota do Sintep na Justiça. As contas do sindicato já foram bloqueadas em 30% para custear gasto com transporte escolar no período de reposição das aulas pós-greve. Além disso, os sindicalistas foram proibidos de barrar professores e alunos em escolas que não aderiram a greve.
Decisão
Em sua decisão, Maria Erotides ressaltou o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao dever do Poder Público de proceder os descontos dos dias paralisação, "tendo em vista a supressão do vínculo funcional".
"Repito: ao fixar a tese do tema 531, o STF ressaltou que o desconto dos dias paralisados seria incabível 'se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público'", afirmou.
“Assim, sem adentrar ao mérito da presente ação, entendo que os argumentos apresentados não se mostram suficientes para sedimentar a concessão da tutela pretendida, razão pela qual indefiro o pedido de antecipação de tutela requerido”, decidiu.
Ainda em sua decisão, a desembargadora determinou o envio da ação ao Núcleo de Mediação e Conciliação do TJ, para fins de buscar a solução do conflito por meio da conciliação.
Ela ainda intimou o Ministério Público Estadual a emitir parecer sobre a situação jurídica do caso.
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9 Comentário(s).
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Luiza 22.06.19 09h30 | ||||
MDS, se esses comentários aqui for de algum professor(a), Deus me livre, onde já se viu falar que as mães não gostam de greve pq estão cansada de ver seus filhos em casa, q não aguentam com eles, olha acho q o governador deveria selecionar melhor esses profissionais, agora imagina qdo essas aulas voltar como q vai ser com os alunos, esses profissionais totalmente revoltados, só Brasil mesmo | ||||
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Luiza 21.06.19 18h37 | ||||
Muito bem governador, se não trabalhar não recebe, o maior prejudicado aí são os alunos, muitos dos professores estão nas escolas dando sua aula, cumprindo seu dever, o que se vê direto desses grevistas são bandeiras de Lula livre, será q tá pedindo isso também pro governador? | ||||
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aloísio 21.06.19 17h38 | ||||
Pergunte a um/uma jovem se ele/a quer ser professor/a? Se ele/a quer que seu pai ou sua mãe esteja à frente do quadro ensinando seu/a coleguinha? Não quer! Infelizmente, a ignorância sobre as condições de trabalho do professor é imensa, mas o mito, a fantasia de que ganha muuuito bem é imensa também. Caros leitores, os professores estão f........ entenderam ? Haja consignado. Mais ainda, os governos estão investindo pesados na desconstrução da imagem do professor, é algo sem precedente. Isso tem dado certo, e tem sido um casamento perfeito com a ignorância de muitos que abraçam a causa. Hoje, somos tratados como delinquentes, estupradores da pátria, assaltadores dos cofres públicos. Mais ainda, estão vendendo a ideia de que o não pagamento do RGA é a solução para o Estado. Em MT gado tem mais saúde e respeito do que o professor. | ||||
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Maribel 21.06.19 17h34 | ||||
Pais preocupados com os filhos???? Não generalizando, mas muitos não querem greve porque não aguentam os filhos em casa.E só como título de esclarecimento, a categoria de professores repõem as aulas, então vai ser trabalhado sim. Se não pagar, não há obrigação de repor as aulas, ferindo assim outra lei, a da,LDB, que diz que o aluno tem que ter 200 dias letivos. Se a lei de resposabilidade dos 200 dias letivos tem que ser cumpridos, porque a lei 510/2013 não esta sendo cumprida.Os que criticam, por favor leiam o que o governo esta fazendo, mas a Constituição. | ||||
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ROMILDO ALVES 21.06.19 15h20 | ||||
Não entendo. Quando estão nas redes sociais, a maioria exalta os professores! Mas quando os mesmos protestam pra receberem o que lhes são de direito, o pessoal desce a lenha. Até parece que professor é vagabundo só porque participou de greve ou passeata. Afinal de qual lado vocês estão? | ||||
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