Cuiabá, Sábado, 12 de Julho de 2025
DÍVIDAS DE R$ 58 MILHÕES
06.10.2023 | 17h41 Tamanho do texto A- A+

Trescinco negocia passivo tributário e TJ encerra recuperação

Fundado pelo empresário Sango Kuramoti há 50 anos, grupo entrou em recuperação judicial em 2015

Arquivo

A desembargadora Maria Helena Póvoas, que validou a decisão

A desembargadora Maria Helena Póvoas, que validou a decisão

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

A desembargadora Maria Helena Póvoas, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, validou a decisão que decretou o encerramento da recuperação judicial das concessionárias Trescinco Distribuidora de Automóveis Ltda e Trescinco Veículos Pesados Ltda.

 

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (6).

 

O grupo Trescinco entrou em recuperação judicial em 2015, quando declarou possuir dívidas de R$ 58,8 milhões. 

 

Em maio deste ano, Maria Helena Póvoas havia acolhido um recurso das próprias concessionárias e derrubado a decisão que pôs fim à recuperação, da juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá.

 

No recurso, as concessionárias afirmaram que a magistrada não analisou a proposta do acordo com relação ao seu passivo tributário, antes de encerrar o processo.

 

Recentemente, porém, o Grupo Trescinco informou que negociou o passivo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e pediu a perda do objeto do recurso. 

 

“Em razão disso, a partir desta data, deve incidir ao procedimento de Recuperação Judicial a parte dispositiva decorrente da sentença que houve por decretar o encerramento da Recuperação Judicial, com a incidência dos dispositivos delineados na parte dispositiva da sentença”, decidiu a desembargadora. 

 

A crise

Fundado pelo empresário Sango Kuramoti, falecido em 2019, o Grupo Trescinco iniciou suas atividades em Cuiabá em 1972. 


No pedido de recuperação impetrado em 2015, a Trescinco afirmou que teve os pagamentos normais junto a fornecedores, parceiros e bancos comprometidos a partir do início da crise mundial no setor e na economia, em 2011.

O grupo disse que foi obrigado a emprestar "dinheiro caro" no mercado, com taxas próximas de 10% ao mês, “o que estrangulou completamente todo o seu planejamento financeiro, comprometendo, ainda mais, o patrimônio imobilizado das empresas”.

A “concorrência desleal”, a partir da entrada de novas empresas no mercado, também foi apontada como agravante da situação do grupo em Mato Grosso.

“Não se pode esquecer, ainda, de outro importante fator que vem causando enormes prejuízos ao Grupo Trescinco: a concorrência desleal, nos últimos cinco anos, causada pela entrada de marcas estrangeiras (China, Coreia, Japão), que – em vista de incentivos fiscais exclusivos - colocam seus produtos à venda abaixo do preço de custo, inviabilizando, por consequência, a margem de lucro do Grupo Trescinco”, dizia no pedido. 

A Trescinco afirmou ainda que nunca atrasou folha de pagamento e que via, na recuperação hudicial, a única forma viável de repactuar suas dívidas com credores (fornecedores, bancos e colaboradores), evitando a falência e uma possível “demissão em massa" de seus trabalhadores.

 

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