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30.03.2023 | 15h21 Tamanho do texto A- A+

Tribunal de Justiça suspende lei que elevou IPTU em Cuiabá

A decisão foi tomada durante sessão extraordinária realizada na tarde desta quinta-feira (30)

Alair Ribeiro/Assessoria

A desembargadora Serly Marcondes, relatora da ação

A desembargadora Serly Marcondes, relatora da ação

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso declarou inconstitucional a lei municipal que aprovou a atualização da planta de valores genéricos de Cuiabá.

 

Na prática, a legislação elevava o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

 

A decisão foi tomada durante sessão extraordinária realizada na tarde desta quinta-feira (30).

 

Os desembargadores seguiram por unanimidade o voto da relatora, Serly Marcondes, que acolheu uma ação direta de inconstitucionalidade do procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Junior.

 

No voto, a relatora determinou que o Município refaça os cálculos e emita novos boletos. 

 

A presidente do TJ, desembargadora Clarice Claudino, pediu que os contribuientes não realizem o pagamento do IPTU até que recebam os novos boletos, bem como que os bancos não recebam os pagamentos dos carnês que já foram distribuídos. A primeira parcela e a cota única venceriam no próximo dia 12 de abril. 

 

Na ação, o procurador-geral de Justiça sustentou que a lei municipal instituiu majoração impactante no valor unitário por metro quadrado de terreno, se comparado com anos anteriores, elevando o IPTU de forma drástica e que não corresponde à realidade fática do país.

 

Citou como exemplo o Bairro Jardim Itália, onde o maior valor do metro quadrado da região passou de R$ 220 para R$ 900, configurando um aumento de mais de 400% entre os anos em análise.

 

Aumento de 620%

 

Durante o voto, a relatora afirmou que se deparou com aumento de até 620% na Avenida Ayrton Senna da Silva, em que o valor do metro quadrado saiu de R$ 25 para R$ 180.

 

"Ainda que encontre amparo em estudos técnicos e que apenas reproduza com exatidão a realidade do mercado imobiliário, o reajuste proposto pela nova legislação não pode perder de vista a inflação acumulada no período, bem como o ganho remuneratório dos munícipes conforme a evolução do salário mínimo apurado desde a última atualização legislativa”, disse.

 

"Uma vez que o IPCA acumulado ao longo dos últimos 12 anos, quando aprovada a planta anterior, registrou a marca de 105,54% da inflação e o salário mínimo no mesmo período foi reajustado em apenas 137,65%, não há como admitir reajuste de 200%, 300%, 400% e até 600% do valor do tributo, ainda mais de uma única vez", acrescentou.

 

"A valorização imobiliária não repercute direta e automaticamente sobre a renda do cidadão e, em última análise, não altera sua capacidade contributiva. A valorização imobiliária, aliás, decorre de fatores alheios, tais como desenvolvimento urbano e investimentos públicos e privados em determinada região", afirmou.  

 

Para a relatora, a proposta de reajuste não poderia vir em pior hora.

  

"Não é possível ignorar o cenário econômico atual ainda em recuperação da atividade econômica pós-pandemia e sem perspectiva de melhora no curto prazo diante do contexto político nacional e internacional”, declarou.  

 

Ela ressaltou que ao contrário do que alega o Muncípio, o reajuste não vai aumentar a arrecadação, mas resultar em mais inadimplência e endividamento do cidadão.

 

Assista a sessão: 

 

 

Leia mais: 

 

MPE pede para Justiça suspender lei que elevou IPTU em Cuiabá

 

 

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COMENTÁRIOS
3 Comentário(s).

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João De Oliveira Silva Júnior   30.03.23 21h40
Não deixando de lembrar e comentar o fato de a Procuradoria Municipal está cometendo uma série de desmandos e ilegalidades constitucionais na cobrança de impostos ( IPTU …) , confiscando dinheiro em contas bancárias, e agindo com morosidade no tratamento das soluções procuradas pelos munícipes, até protestando sem comunicar o cidadão e ainda por cima , protestando os juros da dívida, fato ilegal , se aprofundar mais essas investigações aparecerão muitos trâmites que vem lesando o contribuinte..! Basta de desmandos sem a devida Punição !!!!
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DAILSON SOARES DE OLIVEIRA  30.03.23 16h46
Vamos pagar o que é justo
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jose ricardo  30.03.23 15h59
A cidade está parecendo um queijo suíço e o prefeito querendo aumentar o IPTU? E tem site concorrente ao Mídianews se apressando em defender a prefeitura no caso do acidente com o motoboy.
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