No dia 6 de agosto, o xerife do mundo entregará às vítimas da sua prepotência a conta prometida desde o início do atual mandato. O valor do boleto para o Brasil já está anunciado.
Dos quase 200 países que receberão as faturas, parece que seremos o mais castigado. Para aumentar a nossa conta, um impatriota foi aos Estados Unidos pedir ao Pavão Rosado que ferre a “brasileirada” (mais de 200 milhões) até que o STF ou o Congresso livre seu pai, que teria cometido o pecadinho de tentar impedir a entrada do Lula no Palácio.
Junto com o brasileiro Eduardo Bolsonaro, que foi aos EUA fazer lobby contra o Brasil, está o Paulo Figueiredo, neto do General Figueiredo, ditador de triste memória.
Mas outros fatores contribuíram para aumentar nossa conta, neste mês de agosto, que aqui no Brasil dizem ser o “mês do cachorro louco”.
O Lula, diante de um microfone (talvez estimulado pelo corotinho), perde a pouca precaução que tem. Eis que, desde a campanha eleitoral do Trump, já se posicionava, desnecessariamente, a favor da Kamala Harris, que acabou perdendo a eleição.
Mais ainda: nunca quis se relacionar com o governo americano, provavelmente pensando que seria puxa-saquismo um país pobre aproximar-se de um rico.
Depois, começou a alardear, como presidente do Brics, que este bloco estava trabalhando para substituir o dólar nas futuras transações entre seus membros. É bom lembrar que o BRICS com ~26% do PIB mundial é uma séria preocupação do Trump.
Mais recentemente, bate no peito afirmando que os minérios críticos brasileiros e as terras raras, novo ponto de interesse dos Estados Unidos, não estão na mesa de negociação.
É interessante notar que a desculpa de pressão do Trump está no perdão ao Bolsonaro, benefício que o Lula não tem condições de conseguir. Ou alguém acha que o presidente tem o poder de exigir do STF a interrupção do julgamento do ex-presidente?
Como acontece nas democracias, o Supremo Tribunal é um órgão independente, mesmo que, nos julgamentos que admitam interpretações diversas, algumas vezes ministros atendam aos interesses dos governos que os indicaram. Neste caso, a influência seria neutra, pois Alexandre de Morais foi indicado pelo Temer, considerado inimigo do PT no impedimento da Dilma.
Meu ponto de vista, que nada vale, pois não entendo de política e economia públicas, é que, mesmo que a taxação realmente permaneça nos níveis anunciados não será o “fim do mundo”.
Provavelmente algumas empresas não aguentarão o tranco, mas, passado o vendaval, as que resistirem acharão novos mercados e continuarão empregando e negociando.
O difícil é entender como quase duzentas nações se tornaram reféns de um único país. Mas o caso aqui não é compreender, porque não importa no momento. Talvez o melhor, por enquanto, seja não enfrentar o valentão de peito aberto e depois, planejadamente, ir “comendo o angu quente pela beirada”. Poderíamos concentrar forças no BRICS, cujo PIB é muito semelhante ao americano. Enquanto fazemos isso, o Trump pode perder força, ser substituído ou mesmo morrer.
Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.
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