Você já ouviu falar na expressão “CUTTING”? Cutting é a palavra inglesa que significa coisa cortada, um fenômeno que vem crescendo entre a população jovem, onde podemos definir como uma doença silenciosa, que envolve agressões diretas ao próprio corpo de maneira proposital.
Pequenos cortes pelo corpo e a tentativa de escondê-los dos pais são os principais sintomas da automutilação, ou cutting, que é reconhecida como um transtorno mental desde 2013. O tema é atual e extremamente preocupante, pois vem crescendo entre a população jovem, e apesar do suicídio e da automutilação estarem associados, não são a mesma coisa, pois, a pessoa que se machuca propositalmente não tem a intenção de interromper a própria vida, mas sim de lidar com um sofrimento psíquico, produzindo lesões pelo corpo.
Muitos acreditam que a automutilação tem como objetivo chamar a atenção, mas a verdade é que muitos jovens acabam experimentando e praticando pequenos cortes no corpo seguindo “tendências” ou “grupos de amigos”, no entanto, ao experimentar acabam interrompendo a prática, devido à experiência dolorosa.
Seja por sofrimento ou por tendência não podemos banalizar a automutilação, pois a mesma tem expandido globalmente, sobretudo a partir do crescimento das mídias e redes virtuais de computadores, onde blogs e sites ensinam os praticantes, na sua maioria adolescente, a se cortarem e postarem as fotos.
Sabemos que a adolescência é uma época propícia para que determinados comportamentos que fogem à regra apareçam, onde os adolescentes precisam aprender, desde cedo, a lidar com as questões humanas, as emoções e também as frustrações.
Sendo assim a família deve ficar atenta a sinais de cortes superficiais no corpo dos filhos, pois se a automutilação persistir é sinal de que o jovem vive um grande sofrimento emocional, buscando na dor do corpo “justificação” para a dor emocional.
Adolescentes que praticam cutting sentem dor e buscam na automutilação um “analgésico” para a dor emocional, sendo o corte na pele um alivio para sensação de vazio, dor, angústia, raiva, problemas relacionados à bullying, depressão, drogas, perdas, violência física, violência psíquica, violência sexual, ou seja, dores da alma, que não são curadas com remédios.
Jovens que praticam automutilação têm a sua própria justificativa, porém, não podemos desprezar que existe um sofrimento a ser investigado e tratado, com ajuda da família e de um profissional.
O papel da família é fundamental, apoiando e oferecendo compreensão, porém, muitos pais ao tomar conhecimento da prática de automutilação brigam e acabam afastando ainda mais o filho, sendo que o importante é reconhecer que a automutilação é um transtorno que precisa de atenção e cuidado específico, por meio de avaliação psicológica e psiquiátrica.
A escola também precisa prestar atenção para esse tema, e ao perceber qualquer processo de sofrimento entre crianças e adolescentes fazer a acolhida afetiva e comunicar imediatamente aos pais, sendo certo que tanto a família como a escola devem apoiar o individuo, buscando diálogo sem repressão.
A comunicação eficaz dentro da família é importante para que o adolescente se sinta seguro, valorizado e confiante, sendo assim, percebendo que o adolescente está cortando o próprio corpo, procure dialogar e consequentemente ajuda profissional, não subestime a automutilação, pois em casos mais sérios pode avançar para o suicídio.
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5 Comentário(s).
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FERNANDO RIBEIRO 19.10.18 09h20 | ||||
ESSE NEGÓCIO DE AUTOMUTILAÇÃO É PROBLEMA, POIS UM COLEGA DO MEU FILHO ESTAVA FAZENDO ESCONDIDO DOS PAIS. A ADVOGADA TEM RAZÃO PQ ESTA MODA, E OS ADOLESCENTES QUEREM SEGUIR. UM ABSURDO | ||||
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DALVENI PEREIRA 19.10.18 09h15 | ||||
Esse assunto é muito importante, pois conheço pessoas que estão vivenciando isso com seus filhos e não sabem o que fazer. Parabéns a advogada por expor o assunto. Precisamos enfrentar o problema dentro de casa. | ||||
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maria guimaraes 19.10.18 09h13 | ||||
esse assunto é polemico. pois a familia não aceita e esconde. parabens ao jornal por publicar assunto de importancia para a sociedade. | ||||
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Maria Paula 18.10.18 08h30 | ||||
EXCELENTE O ARTIGO. SOU PROFESSORA E ACHEI INTERESSANTE. A FAMÍLIA PRECISA FICAR ALERTA AO TEMA, POIS CRESCEU MESMO ESSA PRÁTICA TERRIVEL. PARABÉNS A ADVOGADA POR TOCAR EM ASSUNTO POLEMICO E IMPORTANTE. | ||||
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Alexssandro Nunes 18.10.18 08h10 | ||||
Excelente texto e explicação. Na escola do meu filho um colega está se cortando com gilete. A Dra foi pontual em dizer a responsabilidade da escola e dos pais. Parabéns ao midia news por publicar matérias interssantes. Parabéns a Advogada Tatiane pelo texto. Gostei bastante. | ||||
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