Cuiabá, Segunda-Feira, 11 de Agosto de 2025
MARIANA RAMOS
10.08.2025 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

Disfagia

Dificuldade para engolir pode ser sinal de problema na tireoide

A dificuldade para engolir, também chamada de disfagia, é um sintoma que pode ter diversas causas, desde alterações digestivas e neurológicas até distúrbios hormonais ou estruturais no pescoço. Um fator que muitas vezes passa despercebido é a relação entre a disfagia e doenças da tireoide.

A tireoide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço, responsável por produzir hormônios que regulam o metabolismo. Quando ocorrem alterações em seu tamanho — como nódulos grandes ou aumento difuso da glândula (bócio) — estruturas próximas como a traqueia e o esôfago podem ser comprimidas, dificultando a deglutição.

Quando a tireoide pode causar dificuldade para engolir?

Nem todo nódulo na tireoide causa sintomas. A maioria é pequena e silenciosa. No entanto, nódulos que crescem além de certo volume ou se localizam em áreas sensíveis podem provocar:

• Sensação de bolo na garganta;

• Pressão ou desconforto ao engolir alimentos;

• Rouquidão ou alterações vocais;

• Tosse seca persistente;

• Sensação de aperto no pescoço ao deitar ou usar roupas com gola alta.

Esses sinais indicam que a glândula pode estar comprimindo estruturas vitais do pescoço, sendo necessária avaliação médica.

Como é feito o diagnóstico?

A investigação geralmente começa com o exame físico. A palpação da tireoide pode identificar aumentos de volume ou irregularidades. O principal exame de imagem é a ultrassonografia da tireoide, que fornece informações detalhadas sobre o tamanho e as características dos nódulos.

Dependendo do tamanho do nódulo ou caso apresente característica suspeita, o médico poderá solicitar uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF), exame que coleta células do nódulo para análise. Além disso, exames laboratoriais ajudam a avaliar a função hormonal da glândula.

O que é a ablação por radiofrequência?

Para nódulos benignos que provocam sintomas compressivos ou incômodo estético, mas não exigem cirurgia, uma alternativa moderna e segura tem sido cada vez mais utilizada: a ablação por radiofrequência da tireoide.

O procedimento é minimamente invasivo, feito com anestesia local e guiado por ultrassom. Uma fina agulha é inserida no nódulo e, por meio de ondas de radiofrequência, gera calor que destrói gradualmente o tecido doente. O nódulo vai diminuindo de tamanho ao longo das semanas seguintes.

Quais as vantagens da ablação?

• Preserva a glândula tireoide, evitando a necessidade de reposição hormonal;

• Procedimento ambulatorial, sem internação ou cortes;

• Tempo de recuperação rápido — o paciente pode voltar às atividades no dia seguinte;

• Redução significativa de sintomas compressivos e do volume do nódulo.

A ablação é indicada principalmente para nódulos benignos, confirmados por punção, que causam sintomas ou crescem progressivamente. É uma excelente opção para pacientes que desejam evitar a cirurgia ou têm contraindicações clínicas para o procedimento cirúrgico.

A dificuldade para engolir nunca deve ser ignorada. Quando associada a sinais no pescoço, como nódulos ou sensação de pressão, a avaliação da tireoide se torna fundamental. E, felizmente, hoje contamos com soluções eficazes, como a ablação por radiofrequência, que oferecem conforto, segurança e bons resultados sem a necessidade de procedimentos invasivos.

Procurar um endocrinologista é o primeiro passo para investigar e tratar corretamente a causa dos sintomas.
 
Mariana Ramos é endocrinologista na Fetal Care, em Cuiabá-MT. 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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