São vidas interrompidas, filhos sem mãe e famílias destruídas que nos lembram diariamente da urgência deste problema. Enquanto isso, persiste um dos aspectos mais graves dessa realidade: a criminalização de mulheres que reagem à violência. Após anos de agressões, muitas ainda são punidas pelo sistema ao tentarem se defender, numa evidente distorção da justiça que precisamos combater com urgência.
Neste contexto preocupante, voltamos nossos olhos para as mulheres trabalhadoras, especialmente as servidoras públicas estaduais – que enfrentam uma dupla vulnerabilidade. Enquanto celetistas já contam com mecanismos de proteção desde 2022 através da Lei 14.457/22, as servidoras – que dedicam suas vidas ao serviço público – permanecem desamparadas quando sofrem violência doméstica. Essa lacuna na legislação é inaceitável e precisa ser sanada imediatamente.
A recente proposta da Lei Emiliane Silva, em análise na Assembleia, busca corrigir essa injustiça, assegurando às servidoras vítimas de violência o direito ao afastamento sem prejuízos. É inaceitável que quem serve ao Estado fique desprotegido por ele quando mais precisa.
Cidades como Cáceres, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis e Sinop lideram os índices de feminicídio em Mato Grosso, mostrando que a violência não escolhe região.
Estamos falando de vidas. De exigirmos mais. De protegermos melhor. Porque cada vida perdida é uma falha coletiva. Por trás de cada número há um nome, uma história. Precisamos de ações concretas, de políticas que realmente protejam e de leis que defendam.
Emilene Nunes é diretora de Atividade Social e da Saúde do SINDSPPEN-MT.
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