Cuiabá, Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2025
LUIZ HENRIQUE LIMA
03.04.2015 | 19h00 Tamanho do texto A- A+

Paraíso do turismo ecológico

É necessário investimento na criação de uma marca turística forte para MT, conhecida nacional e internacionalmente

Mato Grosso possui extraordinário potencial de desenvolvimento econômico sustentável, alicerçado no turismo ecológico e na prática de esportes e atividades que envolvam comunhão com a natureza.

As belezas naturais de nosso estado são conhecidas dos leitores. Todavia, muitos brasileiros de outros estados não têm ainda noção do que representa o riquíssimo ecossistema do Pantanal ou as paisagens exuberantes da Chapada dos Guimarães, para ficarmos apenas nas atrações mais próximas de Cuiabá.

Penso ser necessário um significativo investimento na criação de uma marca turística forte para MT, conhecida nacional e internacionalmente.

Os sábios de propaganda e marketing criarão as fórmulas adequadas, mas o conceito central, a meu juízo, é o de paraíso do turismo ecológico.

Esportes de aventura como caminhadas, montanhismo, rapel, canoagem, arborismo, bicicross, cavalgadas, balonismo e outros têm aqui cenários inesgotáveis de rios, cachoeiras, cavernas e trilhas.

O Lago do Manso ostenta inequívoca vocação para diversos esportes náuticos. O distrito de Bom Jardim, em Nobres, é uma Meca para mergulho, flutuação e observação de peixes, com potencial para se igualar ao polo turístico de Bonito-MS, que recebe dezenas de milhares de visitantes todos os anos.

"A expansão do turismo em Mato Grosso, além de gerar empregos e receita, contribuirá para a preservação ambiental, protegendo nosso paraíso do turismo ecológico"



A pesca esportiva pode atrair adeptos de todas as partes do mundo. Amantes de pássaros e animais jamais se fartarão da contemplação da fauna pantaneira. Sem falar no Araguaia, Xingu, Guaporé etc.

Quando se fala em desenvolvimento econômico sustentável, muitos ainda desconhecem o potencial do turismo.

Anualmente, há mais de um bilhão de viagens internacionais no planeta.

O turismo é a atividade econômica que constantemente cresce acima do PIB mundial.

Estudo do IBGE sobre a economia do turismo mostra que ela representou R$ 213 bilhões em 2009, ou 3,9% do PIB nacional, ao passo que o WTCC aponta que o turismo contribuiu com 9,8% do PIB mundial em 2014, gerando 277 milhões de empregos.

Dentre os diversos segmentos do turismo (cultural, negócios etc.), o denominado turismo de natureza é o que mais se expande em todo o mundo, com destaque para as regiões da Patagônia (Argentina e Chile) e os parques naturais africanos (Namíbia, Zimbabwe, Uganda).

É também o segundo maior motivo de interesse dos turistas internacionais que visitam o Brasil, pouco atrás do tradicional ‘sol/praia‘.

Todavia, até agora esse potencial não tem sido bem explorado em MT. Mesmo a grande exposição internacional que Cuiabá alcançou com a realização de quatro jogos da Copa do Mundo em 2014 não foi aproveitada com inteligência para fixar uma marca duradoura e atraente como destino turístico conhecido e desejado internacionalmente.

Temos no Brasil, diversos exemplos de sucesso no desenvolvimento da vocação turística de cidades e regiões, como a Serra Gaúcha e o Vale dos Vinhedos, Tiradentes-MG e Paraty-RJ, aliando atrações naturais/culturais e calendário de eventos.

Em Foz do Iguaçu-PR, a bem sucedida concessão à iniciativa privada da exploração do Parque das Cataratas assegura conforto e qualidade aos turistas e recursos para a conservação ambiental.

É importante que os gestores públicos somem esforços com a iniciativa privada e as universidades para debater ações estratégicas para desenvolver o turismo em nosso estado.

Entre outras medidas pontuais, avulta a necessidade de elaboração de inventário de trilhas, cachoeiras e outras atrações do turismo ecológico; concessão de incentivos fiscais específicos para operadoras de turismo receptivo e pousadas, inclusive para captação de energia solar e tratamento de efluentes; capacitação de guias; criação de taxas para manutenção de unidades de conservação e seu emprego efetivo nessa finalidade; calendário de competições e festivais etc.

A expansão do turismo em Mato Grosso, além de gerar empregos e receita, contribuirá para a preservação ambiental, protegendo nosso paraíso do turismo ecológico.

É ato de inteligência administrativa e de amor ao nosso belo estado.

LUIZ HENRIQUE DE LIMA é conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT).

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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3 Comentário(s).

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Carmen Lúcia da silva  03.04.15 18h21
Eu como guia de turismo ecológico , e outros amigos também , guias , confiamos que um dia , as autoridades farão algo pelo nosso potencial turístico em todo Mato Grosso .
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jasper ottoni amarilha  03.04.15 15h31
Ter potencial turístico é uma coisa, agora, ter estrutura turística, e meio ambiente preservado, é outra coisa.Em 1972, me aportava em Cuiabá, confesso, fiquei impressionado com tanto peixe aflorando das águas do rio, que leva o mesmo nome, isto em plena área urbana.Fisgava-se dourados, pacus, pintados, piraputangas, de grande porte.O rio Coxipó, não era diferente.Desde aquela época já ouvia dizer sobre o potencial turístico dessas plagas. Porém,o progresso chegou muito rápido, e com ele, veio a destruição de nossas riquezas naturais.Conheci o rios e cachoeias da Chapada dos Guimarães, ainda virgens. A Salgadeira era imponente, adornada de densa mata nativa.A fauna do lugar era farta. Variava de onças à araras vermelhas. O rio Motuca era exuberante, e suas aguas desciam da serra com muita velocidade e força. A Transpantaneira que inicia na cidade de Poconé, nos anos 70,era um verdadeiro paraíso .Milhares de aves de todos os tamanhos e cores se aninhavam na beira dessa rodovia.Não existia lixões ao longo da estrada. As pontes que transpunham os corixos eram novas, e dava pra chegar até o Porto Jofre com segurança. Bem, hoje quase tudo isso se perdeu na bruma do tempo. Os rios estão quase todos assoreados, poluídos; ou perderam sua força hidráulica. Quase não se vê mais animais silvestres de grande porte perambulando através desses caminhos; ou quando se depara com algum, é porque foi atropelado.Na Transpantaneira, ainda é possível se deparar com muitos animais silvestres mas a poluição avança no bioma Pantanal. Bem, nem tudo está perdido. O turismo nesta região, precisa ser totalmente formatado,reavaliado,reestudado, através de medidas concretas e pontuais, com foco no equilíbrio do meio ambiente e participação direta de comunidades envolvidas no contexto ecoturístico.
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José Carlos Bazan  03.04.15 11h20
Chapada dos Guimarães recebeu no segundo semestre de 2014 perto de 80.000 visitações...entre os pontos de visitações destacamos: do lado de Cuiabá Flutuação no rio Claro, kaiak do mesmo rio Claro, e em implantação um campo de naturalismo no córrego do Paciência, Poço das Antas subindo e em Chapada dos Guimarães encontramos Portão do Inferno, trilha dos Dinossauros, Circuito das Cachoeiraa, Véu das Noivas e agora Cachoerinha além de uma rica gastronomia local ao longo da MT-251. Este números reais de visitações transformados em números reais de Turistas seriam sem sombra de duvida interditados no dia 06 de abril de 2015, pois tais números visitações podem ser provados.
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