Cuiabá, Sábado, 1 de Novembro de 2025
ILSON SANCHES
05.03.2011 | 07h56 Tamanho do texto A- A+

Revisar conceitos

Não cabe mais em MT pensar pequeno, muito menos não pensar em diversificação

Sempre há um momento de revisar conceitos no fio do tempo da vida, onde evoluímos e nos direcionamos para o caminho do sucesso ou do fracasso, sobretudo profissional e, claro, de acordo com a atividade que desempenhamos. O que precisamos para revisar os conceitos depende de dois fatores: discernimento e vontade. Às vezes temos discernimento, mas falta a vontade e às vezes temos vontade, mas falta o discernimento. Ambos são imprescindíveis para revisar conceitos.

O exemplo que nos baseamos para esta afirmação se encontra na observação das ocorrências das políticas públicas. E, estas são resultados das vontades políticas de intervir na atividade sócio-politica que, em um Estado Democrático de Direito tem como origem a vontade do cidadão expressa nas urnas que elegem os seus representantes, pelo voto secreto. E, tudo com discernimento. E is a essência do “Contrato Social” de Jean-Jacques Rousseau.

Assim, tais representantes devem, obrigatoriamente, estar preparados para  exercer o seu papel com eficiência, como um princípio da Administração Pública, dentre outros quatro deles. E esta eficiência tem como exigência a adequada e técnica combinação dos fatores ou dos elementos que contribuem para o resultado da ação. Esta, na Administração Pública é determinada pelas leis que compõem as ações e acompanhamentos dos atos públicos exercidos pelos funcionários que são responsáveis por elas.

Não há lugar comum afirmar que esta categoria de administração tem a função única de bem cumprir o seu papel. Assim, é que em vários países desenvolvidos tem-se uma cultura dos prestadores públicos de serviços que já possui o objetivo de aprimorá-los. Na Eur opa e na Ásia, alguns países cultuam a eficiência neste tipo de prestação. E há escolas de Administração Pública que se caracterizam como Faculdades ou Instituições de curso superior, com graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Há, portanto, um sério tratamento às questões públicas, com eficiência, bem como, com critérios de ascensão política, sobretudo, éticos e morais.

Estes enfoques não condicionam as etapas de desenvolvimento que um país como o nosso deva passar. De há muito se superou o cumprimento de cada uma delas. A tecnologia, a informação e o conhecimento permitem o salto das etapas, sobretudo por meio do uso das novas técnicas de gerenciamento econômico e de superação de obstáculos.

Assim, se as políticas públicas não conseguem atender aos interesses da população não há cul par excesso de chuvas que ao invés de contribuir para a agricultura contribui para fazer nascer mais buracos nas ruas e que não são convenientemente tapados. Não há culpar a indústria automobilística pelo crescimento vertiginoso de carros rodando nas ruas. Não há culpar o crescimento populacional pelo acirramento da violência no campo ou nas cidades ou mesmo a inadequação de locais para o surgimento de bairros que mais colocam em risco as pessoas do que as protegem.

Não há pensar uma cidade em crescimento com projetos que dentro de dois anos serão superados e terão que ser refeitos. Não quero em absoluto pensar isto, ser caso pensado para provocar aditivos em contratos. Assim, as políticas públicas é que devem ser revistas e contempladas com inteligência e sabedoria dos que levam à sério a Administração Pública e precisam revisar os seus conceitos.

Há um exemplo insuperável de bom planejamen to quando mencionamos a Rodoviária de Cuiabá que, desde a década de oitenta, quando foi construída, até hoje em 2011 não recebeu nenhuma obra de “puxadinho”. Enquanto inúmeras obras que nem sequer terminou a primeira etapa e já possui previsão de aditivo. Ou mesmo, frases como esta que ouço afirmando que o Estado não tem demanda para receber um projeto mais moderno e que, com certeza se o recebesse, economizaria recursos públicos, se for bem dimensionado para o futuro.

Os conceitos devem ser revistos e revisados, para que haja projeção de investimentos com dimensionamento adequado do crescimento futuro. Não cabe mais no Estado de MT, pensar pequeno, muito menos não pensar em diversificação empresarial-industrial. Devemos sim dar um basta à monodependência, como na monocultura, que já deveria ter sido estirpada do país desde 1929! Há que se revisar conceitos para evoluir.

ILSON SANCHES é advogado, presidente da Comissão de Defesa da Concorrência e Regulação Econômica e professor universitário.
www.ilsonsanches.com
[email protected]

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia



Leia mais notícias sobre Opinião:
Novembro de 2025
01.11.25 05h30 » De Santa Cruz a Xangai
01.11.25 05h30 » Arborização Urbana
01.11.25 05h30 » Eu, você e a COP-30
Outubro de 2025
31.10.25 08h00 » Borboletas no quintal
31.10.25 05h30 » O barulho das tarifas aéreas
31.10.25 05h30 » Inadimplência substancial