Neste início de novembro, sigo para Xangai, na China, onde Mato Grosso participa da China International Import Expo (CIIE 2025) pelo terceiro ano consecutivo, no âmbito do convênio que coordeno entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC-MT). O objetivo é claro: organizar e fortalecer a presença institucional e empresarial de Mato Grosso em feiras internacionais, consolidando a imagem do Estado no cenário global.
Em setembro, os trabalhos se concentraram na ExpoCruz, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), e na Expoalimentaria, em Lima (Peru); duas feiras que reuniram milhares de pessoas, incluindo compradores, investidores e representantes de governos. Nessas oportunidades, Mato Grosso se apresentou de forma estratégica, promovendo produtos, marcas e instituições que refletem o que o Estado tem de melhor: credibilidade, sustentabilidade e inovação.
Essas ações refletem uma postura proativa do Governo de Mato Grosso, liderada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC) e fortalecida pela Agência Mato-grossense de Promoção de Investimentos e Competitividade (Invest MT), que vem ampliando o alcance das iniciativas de promoção comercial e atração de investimentos. Trata-se de um movimento consistente, que posiciona o Estado entre os poucos do país a tratar a internacionalização como política de desenvolvimento econômico e reputacional, e não apenas como vitrine institucional.
Mas ainda há um passo essencial a ser dado. Para que Mato Grosso alcance um novo patamar de inserção global, a cultura de internacionalização precisa se enraizar além das esferas estaduais, chegando aos municípios, às empresas e às instituições locais. É necessário que essa visão de mundo se transforme em rotina, estratégia e identidade, indo além de agendas pontuais.
Internacionalizar vai muito além de participar de feiras ou exportar produtos. É pensar globalmente, agir estrategicamente e comunicar com propósito. Isso exige preparação de lideranças, fortalecimento de redes de cooperação, adoção de padrões internacionais e o desenvolvimento de uma mentalidade voltada à inovação, competitividade e reputação.
O desafio, portanto, é transformar a internacionalização em um processo permanente e estruturante, capaz de integrar governo, setor produtivo e academia em torno de uma visão compartilhada de futuro. Quando essa cultura se consolida, os resultados deixam de ser pontuais e passam a ser sistêmicos, sustentáveis e transformadores.
O futuro de Mato Grosso será ainda mais promissor quando cada cidade, cada instituição e cada empresa compreenderem que internacionalizar é um verbo que se conjuga com intencionalidade, planejamento e visão de longo prazo.
Lucas Oliveira de Sousa é PhD em Ciências Agrícolas e professor e pesquisador da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da UFMT.
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