O descaso do poder público com os patrimônios naturais pode ter tristes consequências. Desde o ano passado o Mirante de Chapada dos Guimarães, tradicional ponto turístico do nosso Estado, está interditado devido a erosões profundas que avançam em um ritmo acelerado.
Mesmo sendo um problema antigo, nunca foram tomadas as devidas providências para controlar as erosões que corroem o mirante. Nos últimos anos novos sulcos têm surgido, outros tem se aprofundado ao ponto de transformarem em boçorocas.
O surgimento destes processos erosivos tem relação com o mau planejamento das trilhas que existem no local, ou melhor, o não planejamento das trilhas. Toda a ocupação do mirante foi realizada pelos próprios visitantes e as trilhas que surgiram ao longo do tempo criaram as condições perfeitas para que ocorresse a concentração de água em alguns pontos do terreno. Devido à declividade a água ganha velocidade nas trilhas e acaba por gerar as erosões.

A solução para o problema passa pela realização de estudo da drenagem local evitando a concentração do fluxo de água. É preciso também a interdição total das trilhas para que possa ocorrer a nascer vegetação nos percursos possibilitando a recuperação gradativa do meio ambiente.
É possível sim termos, em médio prazo, a visitação às bordas das escarpas do mirante, mas para que isso ocorra é preciso primeiro recuperar a área e também realizar um estudo adequado para implantação de trilhas prezando pela preservação do meio ambiente e pela segurança dos turistas.
A cada dia que se passa sem que sejam tomadas às devidas providências para a preservação ambiental deste importante patrimônio turístico, a recuperação ambiental se torna mais difícil. Deixar um problema ambiental se agravar é uma grande falta de responsabilidade dos órgãos públicos.
Será que nossos gestores acham que podem reconstruir um patrimônio natural? Será que na visão dos gestores um cartão postal como o Mirante não tem relevância? Precisamos debater esse tema e encontrar soluções o mais breve possível antes que as próximas chuvas de verão levem consigo mais um pedaço do nosso Mirante de Chapada dos Guimarães. #SALVEoMIRANTE
CAIUBI KUHN é geólogo, mestre em Geociências, professor do Instituto de Engenharia (UFMT, Campus de Várzea Grande) e diretor de Políticas Educacionais da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
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7 Comentário(s).
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| João Menna Neto 01.10.15 14h31 | ||||
| A situação mostrada no artigo é real. Chapada está sendo vilipendiada por um turismo selvagem e sem o mínimo de respeito ao meio ambiente. A cidade está emporcalhada e fétida. A praça central virou um mercado persa, cheio de barracas de vendedores de bugigangas e comidas rápidas. Os comerciantes são aéticos, amadores e só pensam em levar vantagem. Basta ter um pequeno evento na cidade e os preços sobem astronomicamente. Assim, também agem as pousadas e hotéis. Eles confundem assistir o turista com assaltar o turista. Muito embora a maioria dos turistas também não respeite o pouco que se tem para ser ofertado ao visitante, que, por sua, não prima pela indispensável educação para com a cidade e seus moradores. E, por fim, a intermitente falta de água que a todos irrita, independente de ter festa ou não na maltratada urbe. | ||||
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| dauzanades 30.09.15 17h07 | ||||
| Os políticos não enxergam nenhuma prespectiva de sair lucrando, por isto não fazem nada. Se tivesse uma verba muito grande, já teriam feito muito barulho. Assim é a política no MT e no Brasil. | ||||
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| Daniela Kuhn 30.09.15 16h50 | ||||
| Conscientização sempre!#salveomirante #urgente | ||||
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| MARCELO 30.09.15 14h41 | ||||
| PARABÉNS A DENUNCIA ACHO QUE NÃO É SÓ MIRANTE É O DESRESPEITO COM O POVO DA CHAPADA E TURISTAS, AS ESTRADAS, A LIMPEZA DA CIDADE, O QUE SE COBRA NOS BARES E RESTAURANTES ABSURDO SEM OFERECER ALIMENTOS E PRODUTOS DE QUALIDADE | ||||
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| wagner marinho 30.09.15 13h34 | ||||
| Os políticos tem que tomar vergonha na cara e cuidar e de chapada que esta jogada as traças... | ||||
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