Cuiabá, Terça-Feira, 24 de Junho de 2025
FAROESTE CUIABANO
27.03.2012 | 13h13 Tamanho do texto A- A+

"Choveu bala no carro e eu pensei: morri"

Tio de um dos atiradores relata sua versão para o episódio de violência no trânsito

MidiaNews

Jurandir Miranda: "pensei que fosse morrer sem receber minha aposentadoria"

Jurandir Miranda: "pensei que fosse morrer sem receber minha aposentadoria"

DA REDAÇÃO
“Choveu bala no carro. Parecia chuva mesmo...Aquela barulheira: pá, pá, pá, pá. Eu pensei: morri”. Foi assim que o aposentado Jurandir Rodrigues de Miranda, de 65 anos, tio do papiloscopista Fabrício Francisco Costa Leite - que trocou tiros na noite desta segunda-feira (26) com o policial federal Walter Sebastião Piovan Júnior, na Avenida do CPA - contou detalhes do episódio.

Ele estava no banco do passageiro da S-10 que foi alvejada pelos tiros do policial federal.

“Todo mundo ficou em pânico, tava cheio de carros, todo mundo saiu correndo. É lamentável. Eu pensei que fosse morrer, com um tanto de bala daquele, quem não pensa? E eu me aposentei hoje... Ia morrer sem receber meu dinheiro”, afirmou, aliviado.

“Quando ele deu o primeiro tiro, eu me encolhi no chão do carro. Só não morri porque deitei... Aquele tiro ia pegar na minha cara. Daí, abri a porta e pulei no chão, fiquei ouvindo os tiros, com muito medo. Nisso, eu vi o Fabrício caído e pensei: ele morreu! Eu me levantei pra pegar ele e vi que ele tava sangrando por causa dos estilhaços de vidro. Daí, a gente entrou embaixo do carro”, relatou Miranda ao MidiaNews, minutos após o episódio.

Após o tiroteio, que aconteceu por volta das 20h30, ele contou que tentou mostrar o documento do sobrinho para o policial federal.

“Eu quis mostrar o documento... Gritei dizendo que meu sobrinho era policial também, mas ele [o policial federal] só gritava: eu vou te matar, vou te matar, eu vou te matar”, disse.

Nesse momento, o aposentado relatou que outros policiais federais chegaram ao local. “Eu pedi calma, levantei a camisa pra mostrar que não estava armado. Na hora que o policial federal viu o documento ele falou: ‘Olha que desgraça, aconteceu uma desgraça´”, relatou.

"Um policial enfiou a metralhadora no meu peito"

O aposentado disse que o policial federal perguntou: “Por que você que não falou que era da polícia e que estava armado?”.

“Uma pessoa dessa não pode ser policial, tem que saber trabalhar, tinha que parar e dizer que era da polícia. A gente ia parar e ouvir, era isso que tinha que fazer, e não atirar”, afirmou Miranda.

Ele disse que, na sequência, aparecerem mais quatro policiais federais.

“Eles desceram do prédio e queriam judiar de mim ainda. Eles estavam armados, um enfiou a metralhadora no meu peito. Daí eu pedi calma e disse que queria mostrar o documento, mas eles me mandaram calar a boca, me derrubaram no chão, me jogaram, nem educação tiveram... Depois pediram desculpas, mas a gente é ser humano, policial estuda pra quê? Para saber mexer com as pessoas”, disse.

“Se ele desce e fala que é da polícia, não tinha acontecido isso. Se é estudado, preparado, a gente ia obedecer, escutar ele. Agora, depois de tudo isso, eu acho que não vai dar em nada. Ele é da Polícia Federal, gente grande, e a gente vai sair por baixo”, disse.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
17 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

silas gomes de aguiar  28.03.12 16h15
Suponhamos que o entrevero acontecesse com um vigilante em seu posto de serviço - já que vigilante não pode andar armado em vias públicas - qual não teria sido a repercussão negativa sobre esse trabalhador? Mas como se trata de envolvimento entre policias, ninguém fala que eles não tem preparo psicológico para portar arma em vias públicas! Por quê?
0
0
Antonio Carlos Pereira  28.03.12 10h41
Antonio Carlos Pereira, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Marcos  28.03.12 07h37
Isso demonstra uma grande falta de Deus na vida, não adianta ter altos cargos na sociedade, mas não ter a verdadeira paz que só encontramos em Jesus Cristo. Aconselho a esses dois, procurem uma igreja, aceitem a Jesus.
0
0
rosangela aparecida perez montresol fave  28.03.12 07h01
nossa, que selvageria!, estudam tem cargos, para que? para virarem bichos novamente? se fazem isso assim em publico, o que nao fazem pelas costas dos seres humanos quando estao atuando em seus poderes? ë de dar medo.
0
0
Paulo Pancada  28.03.12 05h08
meu deus, quanto despreparo e abuso de autoridade, so em pensar que esses funcionarios publico, são pago com dinheiro suados de nosso impostos
0
0