Cuiabá, Terça-Feira, 24 de Junho de 2025
TIROTEIO EM CUIABÁ
27.03.2012 | 17h08 Tamanho do texto A- A+

Polícia Federal não afastou agente envolvido em tiroteio

Agente irá responder a processo administrativo na Instituição

MidiaNews

O policial federal Walter Júnior, que não foi afastado de suas funções

O policial federal Walter Júnior, que não foi afastado de suas funções

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

O policial federal Walter Sebastião Piovan, de 40 anos, não está afastado de suas funções. Ele se envolveu no tiroteio com o papiloscopista Fabrício Francisco Costa Leite, 51, na noite desta segunda-feira (26), na Avenida do CPA, em Cuiabá.

Uma sindicância será instaurada, até esta quarta-feira (28), para apurar a conduta do policial. A corregedora da Polícia Federal, Karen Dunder, deverá publicar uma portaria, ainda nesta terça-feira (27), nomeando o delegado responsável pela condução do processo administrativo.

Piovan poderá ser afastado de suas atividades, após a abertura da sindicância, caso o delegado nomeado ache necessário que o policial passe por uma avaliação psicológica.

De acordo com a assessoria da PF, a iniciativa de afastamento poderá partir do próprio policial, caso ele acredite que esteja abalado psicologicamente e que não tem condições para continuar trabalhando.

Após a abertura da sindicância, que deverá durar trinta dias, o delegado responsável irá verificar a quais artigos o policial federal vai responder e, somente então, poderá definir possíveis punições administrativas.

A assessoria informou que Piovan já possui dez anos de casa e que, antes de ingressar na PF, ele foi agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A PF afirmou ainda que todos os agentes passam por avaliações físicas e psicológicas e também por uma investigação social antes de assumirem suas funções.

Flagrante

A Polícia Civil autuou em flagrante Walter Piovan e Fabrício Leite pelo crime de disparo de arma de fogo. Ambos foram liberados após pagarem fiança de R$ 622 cada um.

O papiloscopista não possui porte de arma e o revólver calibre 38 utilizado por ele na troca de tiros com o policial federal teria sido comprada em 1999, de um morador do bairro Lixeira. Desde então, o porte da arma não foi modificado.

Fabrício Leite, no entanto, não será autuado por porte ilegal de arma de fogo. De acordo com o delegado da Central de Flagrantes do Planalto, Richard Damasceno, ambos irão responder no inquérito policial apenas por disparo de arma de fogo em via pública.

Isso porque, de acordo com a jurisprudência existente, mesmo que não tenha porte legal da arma, a pessoa deverá responder pelo crime de maior gravidade.

O inquérito deverá ser enviado ao delegado Roberto Massuo Ohara, que dará continuidade ao processo na Delegacia do Carumbé (Cisc Planalto).

Massuo afirmou que apenas irá comentar o caso após receber o inquérito, o que deverá acontecer até esta quarta-feira.

No entanto, a assessoria da PJC afirmou que, caso seja absolvido da acusação de disparo, nada impede que o servidor responda pelo porte ilegal do revólver, no final do iqnuérito.

Processo administrativo

Segundo nota da Polícia Civil, assim como Piovan, o papiloscopista deverá responder a processo administrativo instaurado pela Corregedoria da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

O MidiaNews tentou contato com a assessoria da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), mas até a publicação desta matéria, as ligações não foram retornadas.

Segundo a assessoria da Policia Civil, tanto papiloscopistas como peritos tinham direito a porte de arma, porém, a instituição entrou com ação na Justiça e a licença foi revogada.

O caso

O policial federal e o papiloscopista se envolveram em um tiroteio na noite desta segunda-feira, por volta das 20h30, na Avenida do CPA. O motivo para a troca de tiros seria uma discussão de trânsito.

De acordo com a nota enviada pela Polícia Federal, foram disparados oito tiros da arma do policial federal e seis munições da arma carregada pelo papiloscopista.

A perícia de local de crime e do veículo atingido, uma caminhonete S-10 dirigida por Fabrício Leite, foi realizada na mesma noite. O técnico da Politec ficou com o rosto cortado por estilhaços do vidro dianteiro da sua caminhonete.

Segundo o papiloscopista, houve um princípio de discussão entre ambos, na altura da Avenida Mato Grosso com a Avenida Prainha

A cerca de vinte metros antes do viaduto da Avenida Miguel Sutil, o policial federal, segundo Fabrício Leite, parou o carro e desceu atirando contra ele.

No entanto, de acordo com a assessoria da PF e da PJC, apenas após o resultado do exame de balística é que poderão definir quem disparou primeiro.

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22 Comentário(s).

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Rogério Alves  31.08.12 12h59
Rogério Alves, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
julio cesar  28.03.12 09h47
quem deu o 1ºtiro isso deve ser investigado pois haviam varios testemunhas sera que niguem viu? quem deu o primeiro tiro deve ser EXCLUIDO sem dó e nem piedade
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Fernando  28.03.12 09h15
Será que o motivo foi somente discussão de transito??? Acho que tem muito caroço nesse angú....
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AUGUSTO  28.03.12 08h44
Seria bom ouvir o Ministerio Publico Federal o Ministerio Publico Estadual e a OAB. Chega a raias do absurdo a conclusão publicada pelos jornais de que "A Polícia Civil autuou em flagrante Walter Piovan e Fabrício Leite pelo crime de disparo de arma de fogo." No minimo os dois deveriam responder por tentativa de homicidio, para tanto basta ver onde os projeteis perfuraram o veiculo. os disparos foram para matar, nao disparo acidental. Se fosse um cidadão comum, chamado pela policia de CIVIL, certamente o desfecho seria outro. o Policial estaria solto e o CIVIL preso em fragrante por porte ilegal de arma, disparo de arma de fogo, tentativa de homicidio, etc. ISSO ESTA ME CHEIRANDO A PIZZA. A IMPRENSA TEM O DEVER DE TRAZER A VERDADE DOS FATOS PARA A SOCIEDADE. VAMOS FICAR NO AGUARDO.
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Martha Baptista  28.03.12 08h31
Que exemplo para nossa sociedade! Lamentável a atitude de ambas as corporações. Não dá para levar a sério um país com uma polícia dessas.
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