Cuiabá, Sexta-Feira, 18 de Julho de 2025
SANGUE NO CHÃO
30.05.2025 | 14h06 Tamanho do texto A- A+

Politec nega que mulher morta por marido PM tenha sido torturada

Gabrieli Daniel foi assassinada com três tiros na frente dos filhos no domingo (25) em Cuiabá

Reprodução

O policial Ricker Maximiano de Moraes e esposa assassinada, Gabrieli Daniel de Souza

O policial Ricker Maximiano de Moraes e esposa assassinada, Gabrieli Daniel de Souza

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

A Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) emitiu uma nota negando que a estudante Gabrieli Daniel de Souza, de 31 anos, foi esfaqueada e torturada antes de ser morta a tiros pelo marido, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes, de 35, em Cuiabá.

O exame de necropsia não apontou lesões corporais decorrentes de agressões, exceto as lesões por arma de fogo que causaram a morte da vítima

 

“O exame de necropsia não apontou lesões corporais decorrentes de agressões, exceto as lesões por arma de fogo que causaram a morte da vítima”, diz trecho da nota emitida pela Politec. 

 

Gabrieli foi morta com três tiros no domingo (25) passado, na residência do casal e na frente dos dois filhos, de três e cinco anos. Em seu depoimento, Ricker chorou e disse ter se arrependido de matar a esposa, mas não revelou a motivação.

 

A hipótese foi levantada por conta da grande quantidade de sangue presente na cena do crime e, especialmente, após um áudio em que a mãe de Gabrieli afirma que a filha havia sido torturada e esfaqueada pelo PM antes de ser morta.

 

"O maxilar estava quebrado, a cabeça afundada de um lado, e tinha um caroço enorme na testa. As costas e os braços tinham golpes de faca”, disse a mãe da vítima em áudio divulgado nesta quarta-feira (28).

 

A Politec esclareceu que as incisões e suturas encontradas no corpo de Gabrieli foram ocasionadas durante o exame de necropsia, devido à técnica de abertura do corpo para a realização do procedimento.

 

O órgão afirmou, ainda, que todos os corpos submetidos ao exame passam por esse mesmo procedimento.

 

“As incisões cirúrgicas no braço, nas costas e atrás da orelha são necessárias para a localização dos projéteis alojados na vítima, identificação da trajetória do tiro, e que deixam lesões no corpo após o término”, diz trecho da nota.

 

Tiros e sangue

 

O delegado Edson Pick, da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), já havia informado, em entrevista ao MidiaNews, que os próprios disparos que atingiram Gabrieli poderiam explicar a quantidade de sangue. A vítima foi atingida por três tiros de pistola calibre .40.

 

Um tiro, segundo Pick, transfixou e, em seguida, perfurou novamente o corpo de Gabrieli. Outro atingiu a lateral de sua cabeça, o que pode ter ocasionado a fratura na mandíbula dela.

 

“Pela quantidade de sangue, não [dá para afirmar que ela foi torturada]. Foram três disparos: um com entrada, saída e reentrada. Todos sangram, sai sangue pela boca, nariz, ouvido”, explicou o delegado na tarde desta quinta-feira (29).

 

“Um disparo acertou a região lateral da cabeça, que pode ser o que quebrou a mandíbula. [Mas] isso, só com a finalização do laudo de necropsia é que pode ser afirmado”, completou Pick.

 

O crime

 

O feminicídio de Gabrieli ocorreu no final da tarde de domingo, no bairro Praeirinho, na casa onde o casal residia, e foi presenciado pelos dois filhos deles, de três e cinco anos.

 

Após matar a esposa, Ricker fugiu em seu Volkswagen Fox com as duas crianças e foi até a casa do pai, onde deixou os filhos, a arma do crime, o veículo e seu celular.

 

Em seguida, ele fugiu e só apareceu novamente horas depois, já na segunda-feira (26), ao se apresentar na delegacia, acompanhado do advogado.

 

A pistola utilizada no crime, que havia sido retirada da casa do pai de Ricker pela Polícia Militar, foi entregue momentos depois na delegacia.

  

O PM foi autuado em flagrante e, desde então, está detido. O caso é investigado pela DHPP.

 

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