A AGU (Advocacia-Geral da União) apresentou habeas corpus ao STF (Supremo Tribunal Federal) em que pede autorização para o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello se manter em silêncio na CPI da Covid.
O depoimento dele na comissão está marcado para o próximo dia 19.
O órgão que faz a defesa judicial do governo federal também pede que Pazuello possa ser acompanhado de um advogado no dia que for à CPI.
Após os depoimentos do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e do presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, o Palácio do Planalto considera fundamental garantir uma salvaguarda a Pazuello.
Wajngarten e Barra Torres foram considerados os depoimentos que mais desgaste causaram ao governo do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia da Covid.
Na sessão desta quarta-feira (12) da CPI, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) chegou a pedir a prisão de Wajngarten, acusando-o de mentir aos senadores. Houve bate-boca com o filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que chamou Renan de vagabundo.
Mais tarde, em uma rede social, o presidente publicou trecho de vídeo com a discussão dos senadores.
"Com mais de 10 inquéritos no STF [Supremo Tribunal Federal], Renan tem moral para querer prender alguém?", escreveu Bolsonaro, em redes sociais. Atualmente, há oito processos na corte contra o senador alagoano.
O Planalto avaliou o depoimento de Wajngarten como negativo, devido ao clima tenso com os parlamentares. Mas auxiliares de Bolsonaro ficaram satisfeitos com o fato de o ex-secretário ter preservado o presidente.
No entanto assessores ficaram incomodados com a fala em que Wajngarten admitiu que uma carta da Pfizer com oferta de vacinas ficou ao menos dois meses sem resposta, o que, dizem, ajuda a reforçar a imagem de que o governo não se empenhou na busca de imunizantes.
Na CPI, é esperado que Pazuello, aquele que mais tempo ficou à frente da pasta da Saúde durante a crise sanitária, enfrente dificuldades quando a oposição o interrogar.
Na visão do Planalto, portanto, o melhor a se fazer é buscar a blindagem para o ex-ministro. O Supremo já concedeu habeas corpus em CPIs anteriores.
Comandada atualmente pelo ministro André Mendonça, a AGU atua na defesa criminal de Pazuello desde o momento em que ele passou a ser alvo de um inquérito no STF, autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski, no início do ano.
A finalidade da apuração, instaurada a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), é averiguar eventuais omissões na administração da crise sanitária. Com a saída dele do ministério, o caso foi enviado à Justiça Federal em Brasília.
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2 Comentário(s).
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Armindo de Figueiredo Filho 14.05.21 11h27 | ||||
ORA BOLAS!!! A oposição totalmente IRADA!!!! Pau que dá em Chico dá em Francisco!!! Vejamos: Há precedentes!!!! O próprio Lewandowski em sua robusta autoridade suprema, garantiu o direito ao silêncio a um cidadão alemão... que foi alvo também de uma CPI (tráfico de pessoa..Nov/2012), dessa vez instalada na câmara. ORA BOLAS! Seja na condição de investigado ou testemunha, o reclamante tem o direito de permanecer em silêncio, de se comunicar com seu advogado e de não produzir prova contra si mesmo. AGU corretíssima!!! Está no seu DIREITO. Quanto à figura do Sr. Renan Calheiros... Como pode pedir prisão de alguém (poder até que pode...mas NÃO DEVIA ..), mas, teria que usar o seu bom senso ( pois... não tem), basta ver as suas escorregadas!!! pois carrega 17 processos mofando no STF... é de lascar !!!! Essa CPI, chegou ao máximo do banditismo, apenas para derrubar o presidente Bolsonaro... Nada mais!!!!Fim de papo ...... | ||||
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Helder Santos 13.05.21 21h30 | ||||
Isso é um tapa na cara da sociedade, é um absurdo o que esse governo faz. | ||||
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