Cuiabá, Domingo, 28 de Dezembro de 2025
CASO MASTER
28.12.2025 | 16h25 Tamanho do texto A- A+

Associação de auditores do BC diz ser difícil entender acareação

Entidade afirma que decisão de Toffoli de chamar diretor de Fiscalização causa indignação

Reprodução

Fachada do Banco Central

Fachada do Banco Central

THAÍSA OLIVEIRA
DA FOLHA DE S. PAULO

A ANBCB (Associação Nacional dos Auditores do Banco Central do Brasil) afirma ser difícil entender a lógica por trás da decisão do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), de convocar um servidor da autarquia para uma acareação com o ex-banqueiro Daniel Vorcaro, do Banco Master.

 

Segundo o presidente da entidade, Thiago Rodrigues Cavalcanti, colocar o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, frente a frente com Vorcaro e o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Paulo Henrique Costa causa indignação aos servidores.

 

"Qual é a lógica de uma acareação entre Vorcaro, Paulo Costa e o diretor Ailton? Por que o Ailton? Como é que o Ailton chegou a esse contexto? Por que não o Galípolo [presidente do BC]? Por que não o Renato?", diz, em referência a Renato Gomes, diretor de organização do sistema financeiro do BC.

 

"Por que não um grupo de servidores, já que não foi o Ailton quem disse: 'Vamos liquidar o Master'. Existe um corpo de servidores envolvidos nesse processo. Você não pode pegar um diretor e achar que ele vai entender tudo que o aconteceu em todos os momentos."

 

O BC perguntou a Toffoli se Aquino havia sido convocado como testemunha, investigado ou pessoa ofendida. O ministro respondeu que nem Aquino nem o BC são investigados e manteve a acareação para a próxima terça (30), em pleno recesso do Judiciário.

 

"Fazer uma acareação com um diretor é uma pressão, digamos, direta e talvez até indevida em cima dos servidores do banco. Existem várias outras formas de você colher mais informação no fluxo do processo", afirma Cavalcanti.

 

O presidente da ANBCB também cita a posição de ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a liquidação do Master e diz que movimentações em aparente defesa da instituição preocupam e frustram os servidores que trabalharam no caso.

 

"O TCU pediu esclarecimentos ao Banco Central e disse que [o processo de liquidação] foi muito rápido. Na semana anterior, outro ministro do próprio TCU disse que foi muito lento. Na média, no TCU a gente está ok, né?", ironiza Cavalcanti.

 

No último dia 19, o ministro do TCU Jhonatan de Jesus determinou que o BC se explique sobre a liquidação do Master e sugeriu que a decisão do BC pode ter sido extrema e precipitada. Já o presidente do TCU, Vital do Rêgo, citou em entrevista ao canal MyNews a representação do Ministério Público junto ao tribunal para apurar se o Banco Central demorou a agir.

 

A ANBCB é uma das defensoras da proposta de emenda à Constituição em tramitação no Senado que garantiria autonomia orçamentária ao BC.

 

Na semana passada, outra entidade representativa, o Sinal-SP (Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central em São Paulo), afirmou que também acompanha atentamente as manifestações do TCU e do STF e reafirmou "sua confiança na atuação técnica, íntegra e responsável" do BC.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia