A eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá feminina para o biênio 2025/2026 se consolidou como um dos capítulos mais simbólicos e disputados do cenário político municipal este ano.
Pela primeira vez na história da Capital mato-grossense, a Casa de Leis elegeu uma Mesa Diretora composta exclusivamente por mulheres, um fato que, além de inédito, gerou debates inflamados, resistências internas e uma disputa acirrada para decidir quem seria a presidente eleita.
A vereadora Paula Calil (PL), que acabou ganhando a disputa, foi um dos nomes centrais dessa movimentação. Ela, que se elegeu para a Câmara Municipal como uma das parlamentares novatas mais votadas, chegou como o nome preferido do prefeito Abilio Brunini (PL) para comandar a Mesa.
À época, ela dizia estar preparada para a presidência e declarou gostar de desafios, destacando a importância de uma renovação na forma de conduzir os trabalhos do Legislativo.
Desde o início, sua candidatura à Mesa Diretora foi tratada como agente de mudança. Paula defendeu a necessidade de diálogo com todos os vereadores, mas ressaltou que esse diálogo dependia de abertura mútua e que a população pedira nas ruas por renovação e novas lideranças na Câmara. Ainda assim, a disputa não foi isenta de tensões.
Maysa X Paula
O processo de eleição também foi marcado por um embate direto entre Paula e a vereadora Maysa Leão (Republicanos), que chegou a ser citada nos bastidores como possível nome para disputar a presidência da Casa.
A disputa expôs divergências internas entre os grupos formados por parlamentares novatas e reeleitas, além de diferentes visões sobre a condução da Câmara. Apesar de integrarem o mesmo campo político em determinados momentos, as duas protagonizaram uma queda de braço silenciosa por apoios, com movimentações intensas nos corredores do Legislativo Municipal.
Ao final, prevaleceu o grupo articulado por Paula, enquanto Maysa acabou compondo a Mesa Diretora como vice-presidente, selando um acordo que evitou o acirramento público do confronto, mas deixou evidente a disputa de força dentro da nova legislatura.
Resistência
Secom - Câmara Municipal
A vereadora Paula Calil, novata na Câmara, foi eleita a presidente da Mesa Diretora
Parlamentares reeleitos demonstraram resistência à ascensão de Paula e do grupo dos novatos, gerando debates internos sobre experiência, protagonismo e equilíbrio entre quem já tinha trajetória política e quem chegava com propostas de mudança.
A composição exclusivamente feminina da Mesa também provocou críticas públicas.
Algumas vozes dentro da própria Câmara questionaram se a formação da chapa acentuava divisões de gênero e sugeriram que a medida teria um tom mais simbólico do que prático. Vereadoras defensoras da chapa rebateram tais críticas, interpretando comentários contrários como manifestações de machismo estrutural no meio político.
Eleição
No dia 1º de janeiro de 2025, a cerimônia de posse marcou a chegada oficial da nova Mesa Diretora.
Além de Paula Calil na presidência, foram eleitas Maysa Leão (Republicanos) como vice-presidente, Michelly Alencar (União) como segunda vice, Katiuscia Manteli (PSB) como primeira-secretária e Doutora Mara (Podemos) como segunda-secretária, consolidando a inédita composição feminina.
No discurso de posse, Calil reforçou o compromisso com a independência do Legislativo, respeito às prerrogativas parlamentares e a intenção de ouvir todos os vereadores.
Para ela, a Mesa deveria ser um espaço de pluralidade, diálogo e resultados concretos para a cidade, posições que sintetizam o tom de renovação que embasou sua eleição.
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