Bezerra: “Esses técnicos de ‘meia-tigela’ não respeitam o povo”

O presidente do PMDB em Mato Grosso, deputado federal Carlos Bezerra, defendeu as nomeações que vêm sendo realizadas para o staff do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), e que, em sua maior parte, tem o chamado “perfil político”.

“Acho que está correto. Tem que ser assim, para a administração funcionar bem e respeitar o povo. Esses técnicos de meia-tigela não respeitam o povo, não”, disse Bezerra, em entrevista à Rádio Capital FM.

“Se colocar só técnico no Governo, como alguns aí querem fazer governo técnico, empresarial... Governo tem que ter conhecimento administrativo e político, sobretudo”, alfinetou o parlamentar.

Embora não tenha citado quaisquer nomes, as declarações soam como indireta ao governador Pedro Taques (PSDB) que, no início de seu mandato, adotou o “perfil técnico” em seu staff.

Nos últimos meses, contudo, Taques tem feito algumas mudanças nesse perfil e escolhido políticos para integrar o primeiro e segundo escalões do Executivo, como os secretários de Cidades e de Assistência Social, os deputados Wilson Santos (PSDB) e Max Russi (PSB), respectivamente.

Mudança artificial

Questionado sobre as alterações promovidas pelo tucano, Bezerra as classificou como “artificiais”.

“Esse negócio está sendo feito de forma artificial. Não é um processo natural, que você começa desde a eleição, com debate, com um confiando no outro, ajudando o outro”, disse.

“A troca está sendo feita agora porque afundou tudo, estão querendo salvar por aí. Aí pega qualquer um para botar no Governo. Acho isso complicado, não sei se vai dar certo”, afirmou.

Apesar da declaração, Bezerra disse que não está desqualificando as escolhas feitas pelo governador.

“Não se trata disso [desqualificar]. ‘Qualquer um’ é que não tem profundidade política, liderança política, experiência politica. Não é politico verdadeiramente, não tem preparo. Não estou dizendo que afundou de vez. Penso que, quando complica a situação, parte para essa solução feita de modo açodado e artificial”, concluiu.