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01.05.2012 | 08h59 Tamanho do texto A- A+

Bicheiro Cachoeira negociou a compra de partido, diz PF

Gravações de conversas do empresário indicam que assédio do grupo recaía sobre nanicos PRP e PRTB

Divulgação

O empresário Carlos Cachoeira, acusado de corrupção e suspeito de comandar uma rede de jogo ilegal

O empresário Carlos Cachoeira, acusado de corrupção e suspeito de comandar uma rede de jogo ilegal

FOLHA DE S. PAULO

O empresário Carlos Cachoeira, acusado de corrupção e suspeito de comandar uma rede de jogo ilegal, negociou a compra do controle de um partido político, conforme indicam gravações feitas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo.

Uma sequência de diálogos ocorrida em maio de 2011 faz referência ao negócio e cita o nome do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o de um assessor do governador Agnelo Queiroz (PT-DF).

No dia 5 daquele mês, apontam os grampos, Cachoeira havia jantado com Perillo na casa do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

No dia seguinte, Cachoeira conversa com Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Detran-GO, que também participara do encontro.

"O partido que o Marconi falou ontem é o P de pato, R, P de pato?", pergunta Cachoeira, se referindo ao nanico PRP (Partido Republicano Progressista).

Cachoeira prossegue: "O cara de Brasília, que eu ajudei muito na campanha, é do partido. (...) Hoje é chefe de gabinete do Agnelo."

O empresário se refere ao então chefe de gabinete do governador petista, Cláudio Monteiro, que foi candidato a deputado distrital pela sigla, em 2010. O tio dele é presidente do PRP em Brasília.

Pesquisa

Três dias depois desse diálogo, Cachoeira fala com o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, apontado como o araponga do grupo, que sugere contato com outro nanico, o PRTB.

"Lá é o Levy Fidelix o presidente. Aí alguém tem que ligar lá pra falar pra ele vir a Brasília", diz Dadá.

No mesmo dia, Cachoeira pede para o ex-vereador Wladimir Garcez, apontado pela PF como seu assessor e contato direto do grupo com Perillo, mandar mensagem "para o nosso maior", perguntando "se é bom pegar o PRTB."

No dia 16 de maio, Dadá diz a Cachoeira que Levy Fidelix, do PRTB, chegaria a Brasília para tratar do assunto.

Um dia antes, no entanto, Cachoeira havia manifestado estar "de olho" no PRP e que o objetivo era "tomar o partido".

O atual presidente da sigla em Goiás, Jorcelino Braga, se filiou à legenda em setembro, quatro meses após o diálogo.

Em outros grampos da PF naquele mesmo mês aparecem menções a valores a serem pagos a um partido, não identificado. Em um deles, Dadá informa a Cachoeira ter conversado com um advogado, que teria aumentado o preço da transação, de R$ 200 mil para R$ 300 mil.

"Que que isso? Está roubando", reclama Cachoeira. Dadá diz que, feito o pagamento, Cachoeira poderia nomear o presidente estadual e, posteriormente, os diretórios municipais, ficando com o controle da sigla. Cachoeira diz para oferecer R$ 150 mil, podendo chegar a R$ 200 mil.

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MOSSUETO  01.05.12 16h42
Esse é o preço que pagamos por manter esses partidos sem expressão que são colocados nas mãos de pessoas inescrupulosas que usam essas siglas em beneficio proprio sem nenhum escrupulos. Partidos sem representação no congresso ou nas AL, deveriam desaparecer automaiticamente.
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