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12.04.2012 | 07h56 Tamanho do texto A- A+

Cachoeira planejava assumir a Loteria de Mato Grosso

Mensagem enviada ao cunhado do bicheiro revela que grupo dava como certo o controle da Lemat

Divulgação

Carlinhos Cachoeira está preso acusado de explorar jogos ilegais. A defesa do contraventor impetrou habeas corpus

Carlinhos Cachoeira está preso acusado de explorar jogos ilegais. A defesa do contraventor impetrou habeas corpus

ANSELMO CARVALHO PINTO
DIÁRIO DE CUIABÁ
Interceptações feitas pela Polícia Federal (PF) revelam que o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de jogo em Goiás e de ter influência sobre políticos daquele Estado, estava certo de que iria assumir o controle da recém-recriada Lemat (Loteria do Estado de Mato Grosso), sobretudo após a reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB).

As conversas, por e-mail, envolvem Adriano Aprígio de Souza - cunhado e, segundo a PF, um dos laranjas de Cachoeira - e o argentino Roberto Coppola, consultor do bicheiro. Às 8h39 de 5 de outubro de 2010, dois dias após a eleição em que Silval foi reconduzido ao cargo de governador, Adriano enviou a seguinte mensagem ao argentino: “Roberto, viu o resultado no Mato Grosso? Foi reeleito o governador. E como ficou Santa Catarina agora? Paraná (sic) aquele encontro foi bom com o governador eleito?”, escreveu Adriano.

Em resposta, às 18h52 do mesmo dia, Coppola traça, em um texto no qual mistura português e castelhano, as metas do grupo para loterias nos três Estados, a partir do resultado das eleições. A fim de facilitar a compreensão, o Diário traduziu a mensagem.

“Agora vamos implantar a loteria em Mato Grosso. Em Santa Catarina também foi bom com [o governador Raimundo] Colombo porque o presidente da loteria era o chefe da campanha de Colombo”, escreveu Coppola. “No Paraná, falei com o [governador] Beto Richa, o problema é que [o ex-governador Roberto] Requião fechou a loteria e vai demorar porque tem que fazer uma nova lei”, concluiu.

O Diário conseguiu acesso à parte do inquérito da chamada operação ‘Monte Carlo’, que desarticulou o esquema de jogo ilegal de Cachoeira e revelou suas estreitas ligações com o senador Demóstenes Torres (sem partido), até então considerado um político sem mácula. Após o episódio, ele foi obrigado a deixar o DEM e, agora, responde a processo no Conselho de Ética do Senado, o que pode resultar em sua cassação.

A transcrição e os ofícios relativos às interceptações telefônicas e telemáticas aos quais o Diário teve acesso consumiram 7,4 mil páginas do total de documentos da operação Monte Carlo. Uma conversa entre Cachoeira e Demóstenes, gravada pela PF, revela que o bicheiro tinha – ou dizia ter - influência no governo de Mato Grosso.

No dia 11 de abril do ano passado, o senador pediu a Cachoeira que ajudasse uma agência de publicidade de Goiás a vencer uma licitação para serviços de marketing da Copa do Mundo, em Mato Grosso. “Cê acha que consegue?”, questionou o senador. “Acho um negócio bacana. Se for do interesse seu...”, respondeu o bicheiro.

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Rodrigues do Prado  15.04.12 20h03
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joaoderondonopolis  13.04.12 07h04
MT sempre na mídia.
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Luizinho  12.04.12 11h02
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jose a silva  12.04.12 09h26
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Navajo  12.04.12 09h04
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