Edna pede cassação de Paccola após sugestão de tiros em petistas

A vereadora Edna Sampaio (PT) protocolou, na Câmara de Cuiabá nesta terça-feira (12) um pedido de cassação do mandato do vereador Tenente-Coronel Marcos Paccola (Republicanos) por quebra de decoro parlamentar.

O documento foi encaminhado à Comissão de Ética e Decoro do Legislativo. Segundo a vereadora, Paccola fez "discurso de ódio" e por isso quebrou o decoro durante as sessões dos dias 31 de março e 7 de abril.

Nas datas, o parlamentar afirmou que “vagabundo tem que morrer e ir para a vala” e disse possuir armas e munição suficientes para enfrentar “500 petistas”.

"Mais que chulos, os termos empregados pelo denunciado são uma afronta à Declaração Universal dos Direitos Humanos, à Constituição da República Federativa do Brasil, à Lei Orgânica Municipal e, sobretudo, ao Código de Ética e Decoro Parlamentar desta Câmara Municipal", disse ela no documento protocolado na Câmara.

"Portanto, é imperioso que esta casa faça valer o Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana, a inviolabilidade do direito à vida e que se faça cessar a incitação ao crime em pleno parlamento do município de Cuiabá", acrescentou.

Assessoria

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Já durante sessão ordinária, nesta terça, Edna disse que não se pode, no exercício parlamentar, abusar da palavra e conspirar contra a democracia e a vida das pessoas.

“Eu quero perguntar onde está escrito na Constituição, no ordenamento jurídico do nosso País, que vagabundo tem ser morto pela Polícia?", questionou.

“Não podemos naturalizar o ódio como política, isso está levando o país à derrocada, levando as pessoas a se sentirem inseguras, a matarem mulheres por armas de fogo. Essa defesa odiosa do armamento, como se houvesse pessoas humanas e não humanas. Isso é inadmissível", completou.

Entenda

Na sessão do dia 31 de março, o vereador Paccola saiu em defesa dos policiais militares presos pela Polícia Civil durante a Operação Simulacrum, deflagrada naquele dia.

A ação prendeu mais de 60 PMs sob a suspeita de terem atuado na morte de 24 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro pessoas.

Essa defesa odiosa do armamento, como se houvesse pessoas humanas e não humanas. Isso é inadmissível

"A polícia tem que agir primeiro. E vagabundo que sai com arma na mão para roubar, está disposto a tomar tiro para morrer. Vagabundo que sai armado na rua tem que ir para ‘pedra’. Bateu de frente com a polícia, tem que morrer", disse.

Já na sessão da semana passada, sugeriu que poderia atirar em até 500 militantes do PT, partido de Edna, caso eles realizem manifestação na frente da sua residência.

A declaração foi uma resposta a uma fala do ex-presidente Lula (PT), que disse que em vez de ir a Brasília fazer atos públicos, os trabalhadores e movimentos sindicais deveriam "mapear" o endereço de cada deputado e comparecer em sua porta.

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