"Interventor achou coisas 10 vezes piores que falta de remédios"

O governador Mauro Mendes (União) afirmou, nesta terça-feira (3), que o interventor Hugo Fellipe Lima encontrou irregularidades "10 vezes mais graves" do que a falta de médicos e remédios na Saúde Pública de Cuiabá.

Lima, que é procurador do Estado, foi nomeado por Mendes para comandar a Saúde da Capital após decisão do desembargador Orlando Perri, no dia 28 de dezembro, determinando a intervenção na Pasta.

A Secretaria tem sido alvo de denúncias de falta de médicos, falta de medicamentos, comprimidos vencidos e até atrasos salariais. Mendes contou que Hugo lhe confidenciou ter encontrado fatos piores do que os já estampados na imprensa.

“Isso de estar faltando médico e medicamento vocês já noticiaram”, disse, dirigindo-se aos jornalistas. “Ele já me adiantou outras coisas que são 10 vezes mais graves. Mas o Mauro Mendes é um bom guardador de segredo, não vaza informação”, brincou.

O governador afirmou que dará transparência às supostas irregularidades assim que o interventor formalizar o que foi encontrado.

“Eu não vou ficar esparramando. Preciso que ele oficialize isso, escreva e assine embaixo. Preciso que ele faça um relatório primeiro aos órgão de controle, ao Judiciário. E depois, obviamente, iremos publicizar”, afirmou.

Reunião

O governador ainda revelou que terá uma reunião com Lima no início da noite desta terça, quando vão tratar da intervenção.

“Como eu indiquei o interventor, tenho responsabilidade direta. Então estou me dedicando a fazer esse acompanhamento e hoje, no final do dia, terei uma reunião com o interventor para que ele possa me trazer o primeiro relato dos primeiros achados, providências...”, revelou.

A intervenção

O desembargador Orlando Perri determinou a intervenção do Estado na Saúde da Capital no último dia 28 de dezembro. Na prática, a determinação tira a administração do setor das mãos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e a entrega ao Governo do Estado por seis meses. 

Logo após a decisão, o governador Mauro Mendes (União) nomeou Hugo Fellipe Lima como interventor. 

“O interventor deverá apresentar, no prazo de 15 [quinze] dias, um plano de intervenção – com os nomes dos cointerventores [se for o caso] –, contendo as medidas que adotará, bem como apresentar relatórios quinzenais sobre as providências tomadas”, determinou Perri.

O desembargador ainda alertou que, caso Emanuel ou secretários, ofereçam qualquer embaraço a instalação do novo comando a Saúde, “será considerado como crime de desobediência e, conforme o caso, de responsabilidade, além de eventual improbidade administrativa”.

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