Investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) revelam que o ex-superintendente de Infraestrutura da Secretaria Estadual de Educação, Wander Luiz dos Reis, era uma pessoa “plantada” na pasta, para atender interesses de empreiteiras que compunham o suposto esquema de fraudes em licitações de obras públicas.
Ele teve a prisão preventiva decretada pela juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na Operação Rêmora, na manhã desta terça-feira (3).
No segundo semestre de 2015, no entanto, os empresários se mostraram insatisfeitos com a atuação de Wander, razão pela qual ele seria substituído por Moisés Dias da Silva, em outubro.
A substituição, segundo a juíza Selma Arruda, teria sido “a mando” do empresário Giovani Guizardi, considerado o cabeça do grupo.
“Mesmo depois de desligado do cargo de superintendente, Wander continuou dando suporte ao grupo criminoso”, escreveu a magistrada, em sua decisão.
Durante uma reunião que teria sido gravada pelo empresário José Carlos Pena da Silva, no dia 9 de outubro, a pedido do Gaeco, surgiu o comentário dando conta de que os empreiteiros estariam descontentes com o trabalho desenvolvido por Wander, “chegando a afirmar que o atual superintendente é muito fraco e não tem condições de resolver a demanda”, conforme consta na decisão judicial.
“E falam que tem necessidade de ter outra pessoa, respondendo pelos empreiteiros; quando alguém deixa claro, que se for fazer mudanças (na superintendência) não será responsabilidade daquele grupo reunido”, transcreveu a magistrada, em outro trecho.
Conforme Selma Arruda, mesmo após ser substituído, Wander “continuou agindo em sintonia” com o também servidor da Seduc, Fábio Frigieri, e com seu sucessor na Superintendência de Infraestrutura, Moisés Dias da Silva, que tiveram a prisão preventiva decretada.
Uma ligação telefônica interceptada no dia 27 de novembro - portanto, após a exoneração de Wander - sugere que ele ainda atuava no suposto esquema.
Na conversa, o ex-superintendente diz a Fábio Frigieri que “a Neusinha já terminou e está com Bosco, porém o secretário [de Educação, possivelmente] não compareceu à Secretaria”.
Veja trecho da decisão:
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