Cuiabá, Quinta-Feira, 26 de Junho de 2025
"PLANTAÇÃO"
03.05.2016 | 14h41 Tamanho do texto A- A+

Juíza revela que empreiteiras infiltraram aliado em Secretaria

Magistrada diz que ex-superintendente estava na Seduc para atender interesses de empresários

MidiaNews

A operação foi desencadeada nas primeiras horas desta terça-feira

A operação foi desencadeada nas primeiras horas desta terça-feira

DA REDAÇÃO

Investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) revelam que o ex-superintendente de Infraestrutura da Secretaria Estadual de Educação, Wander Luiz dos Reis, era uma pessoa “plantada” na pasta, para atender interesses de empreiteiras que compunham o suposto esquema de fraudes em licitações de obras públicas.

 

Ele teve a prisão preventiva decretada pela juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na Operação Rêmora, na manhã desta terça-feira (3).

 

No segundo semestre de 2015, no entanto, os empresários se mostraram insatisfeitos com a atuação de Wander, razão pela qual ele seria substituído por Moisés Dias da Silva, em outubro.

 

A substituição, segundo a juíza Selma Arruda, teria sido “a mando” do empresário Giovani Guizardi, considerado o cabeça do grupo.

 

“Mesmo depois de desligado do cargo de superintendente, Wander continuou dando suporte ao grupo criminoso”, escreveu a magistrada, em sua decisão.

 

Durante uma reunião que teria sido gravada pelo empresário José Carlos Pena da Silva, no dia 9 de outubro, a pedido do Gaeco, surgiu o comentário dando conta de que os empreiteiros estariam descontentes com o trabalho desenvolvido por Wander, “chegando a afirmar que o atual superintendente é muito fraco e não tem condições de resolver a demanda”, conforme consta na decisão judicial.

 

“E falam que tem necessidade de ter outra pessoa, respondendo pelos empreiteiros; quando alguém deixa claro, que se for fazer mudanças (na superintendência) não será responsabilidade daquele grupo reunido”, transcreveu a magistrada, em outro trecho.

 

Conforme Selma Arruda, mesmo após ser substituído, Wander “continuou agindo em sintonia” com o também servidor da Seduc, Fábio Frigieri, e com seu sucessor na Superintendência de Infraestrutura, Moisés Dias da Silva, que tiveram a prisão preventiva decretada.

 

Uma ligação telefônica interceptada no dia 27 de novembro - portanto, após a exoneração de Wander - sugere que ele ainda atuava no suposto esquema.  

 

Na conversa, o ex-superintendente diz a Fábio Frigieri que “a Neusinha já terminou e está com Bosco, porém o secretário [de Educação, possivelmente] não compareceu à Secretaria”.  

 

Veja trecho da decisão:

 

Decisão

 

 

 

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