O procurador-geral de Justiça Paulo Prado revelou nesta segunda-feira (28) quais serão seus três votos para a lista tríplice do novo chefe do Ministério Público Estadual, na eleição a ser realizada na segunda quinzena de dezembro.
Em reunião com servidores do órgão, Prado comentou sobre a eleição com o governador Pedro Taques (PSDB), que preferiu não adiantar se irá nomear o mais votado pela categoria.
Para ocupar o cargo no próximo biênio (2017/2018), quatro estão na disputa: as promotoras Ana Luiza Peterlini e Eliana Cícero de Sá Maranhão Ayres; e os promotores José Antônio Borges e Mauro Curvo.
“Vou votar no senhor José Antônio Borges, Mauro Curvo e na Eliana Maranhão Ayres. Respeito muito a colega Ana Luiza, mas são pessoas com quem trabalho diariamente", disse.

Na reunião, que tratou sobre o orçamento do Estado e atrasos no repasse do duodécimo, por parte do Executivo, Prado afirmou a Taques que o governador deveria manter a tradição, levando em consideração a votação dos membros do MPE, e nomear aquele que tiver o maior número de votos para sua sucessão.
“Como um bom democrata como o senhor é, [nomear] aquele que for o mais votado, acredito, que é um critério razoável. Se a Ana Luiza for a mais votada, o senhor pode ter certeza que sairei publicamente pedindo que a nomeie. Pois respeitarei, como sempre respeitei a votação”, disse Prado.
“Estarei ao seu lado, caso seja mais votada, pedindo ao Governo que a nomeie, pois foi a vontade da classe. A meu ver, estará legitimada para exercer esse difícil cargo nos anos de 2017 e 2018”, completou Prado, dirigindo-se à Ana Luiza.
O procurador-geral ainda disse que estaria sendo “hipócrita” caso não confirmasse quais serão os seus três votos na lista tríplice.
“O que falei aqui não é novidade para ninguém. É um sinal de transparência da minha parte”, pontuou.
“Direito Constitucional”
O governador Pedro Taques disse que se sente “constrangido” ao tratar sobre esse assunto antes mesmo da votação ser realizada, mas afirmou ter a prerrogativa de escolher qualquer um dos três promotores mais votados.
A declaração do governador foi dada após ser questionado por uma das promotoras que estavam na reunião sobre os critérios que seguiria para a nomeação.
Nos bastidores do MPE, os comentários são de que Taques teria preferência por Ana Luiza, que já foi secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). O Palácio Paiaguás nega veementemente qualquer preferência, e diz que o governador tem compromisso com a instituição.
“Nós todos aqui estudamos um pouco de Direito Constitucional. Sabemos que a Constituição estabeleceu que o governador pode escolher entre um dos três. Isso não é nenhum problema”, declarou.
“Não estou dizendo que não irei escolher o primeiro [mais votado]. Mas, me reservo a um direito constitucional - que é meu e que não abro mão -, que é o de escolher no momento correto”, completou.
Taques ainda foi questionado sobre o compromisso firmado com a Associação Mato-grossense do Ministério Público, ainda em campanha, no ano de 2014.
Na época, o governador se comprometeu a respeitar a vontade interna da classe e nomear o primeiro da lista tríplice. Fato que ocorreu no ano de 2015, quando o Prado foi colocado no cargo.
“Sou governador do Estado e tenho essa prerrogativa. Como a Constituição dá ao promotor a prerrogativa de denunciar ou não quem quer que seja. Assim como de pedir a absolvição de quem quer que seja. É um direito constitucional meu e não abro mão”, ressaltou.
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1 Comentário(s).
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| Celso Bastos 28.11.16 16h40 | ||||
| "É um direito constitucional meu e não abro mão” - Taques. O RGA também é um direito constitucional, mas dele os servidores tiveram que abrir mão, né, Sr. Governador? | ||||
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