Cuiabá, Sábado, 6 de Dezembro de 2025
DATAFOLHA
06.12.2025 | 09h42 Tamanho do texto A- A+

Recuperação do governo Lula estaciona e reprovação é de 37%

Na rodada anterior, a aprovação era de 33%, a reprovação, de 38% e o índice de regular, de 28%

Reprodução

O presidente Lula, que tem alta reprovação segundo o Datafolha

O presidente Lula, que tem alta reprovação segundo o Datafolha

IGOR GIELOW
DA FOLHAPRESS

A recuperação na aprovação do governo Lula (PT), que havia sido registrada entre as duas mais recentes pesquisas do Datafolha, estagnou no novo levantamento do instituto. Consideram a gestão boa ou ótima 32% dos ouvidos, enquanto 37% a avaliam como ruim ou péssima, e 30% a veem regular.

 

Na rodada anterior, a aprovação era de 33%, a reprovação, de 38% e o índice de regular, de 28%. Considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, há estabilidade no cenário.

 

Naquele momento, no começo de setembro, a fotografia era mais animadora para o Planalto, já que o ótimo/bom tinha registrado uma subida de quatro pontos ante a pesquisa anterior, de julho. O Datafolha ouviu 2.002 eleitores em 113 cidades do país de terça-feira (2) a quinta (4).

 

O que mudou de lá para cá? No levantamento anterior, Lula parecia ter começado a surfar na onda de um momento de retomada na polarização mais exacerbada.

 

O símbolo do polo oposto ao do petista, Jair Bolsonaro (PL), já estava em prisão domiciliar e seria condenado pelo Supremo Tribunal Federal apenas dois dias depois da finalização do trabalho de campo dos pesquisadores do Datafolha.

 

No campo internacional, seguia em alta a disputa entre Lula e Donald Trump, o presidente americano que misturou a defesa de Bolsonaro com sua guerra comercial ao impor sobretaxas de importação ao Brasil.

 

No 7 de Setembro, um dia antes do início da coleta de questionários daquela pesquisa, o petista viu desfraldada na avenida Paulista uma bandeira americana gigante, algo que irritou até mesmo alguns líderes bolsonaristas de tão inábil.

 

Aquela onda espraiou-se, não sem grandes impactos, de lá para cá. No dia 26 de outubro, Lula encontrou-se com Trump na Malásia, iniciando uma reaproximação que já viu derrubadas algumas das tarifas impostas a produtos brasileiros e ruma à normalização, a depender de um eventual ataque americano à Venezuela.

 

Bolsonaro foi preso ao violar sua tornozeleira eletrônica em 22 de novembro. Três dias depois, o Supremo decretou o trânsito em julgado de sua condenação a 27 anos e três meses pela tentativa de golpe de 2022.

 

Já recolhido à PF de Brasília, Bolsonaro começou a sangrar seu capital político, com a discussão sobre quem será o candidato de seu grupo político -o filho senador Flávio disse que o pai o ungiu, talvez para acabar como vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ou rachando de vez a direita.

 

Na via inversa, Lula viu crescer seus problemas mais comezinhos e distantes do interesse popular, no caso com a série de derrotas impostas ao governo no Congresso -em particular no Senado, onde a crise está aberta desde que o petista indicou o advogado-geral Jorge Messias e não Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa e apadrinhado pelo atual, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

 

No período, o petista ainda colheu uma vitória, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, chegando a ir à TV para bater bumbo no domingo passado (30).

 

Seu potencial eleitoral não é visível ainda. Na faixa mais diretamente atingida pela medida, aqueles que ganham entre 2 e 5 salários mínimos, Lula viu uma subida neste levantamento de quatro pontos na sua aprovação, algo dentro da margem de erro do segmento específico.

 

Quando se pede a avaliação do trabalho pessoal do presidente, a estabilidade segue a mesma, ainda que melhor do que quando o tema é seu governo. Dentre a amostra total, aprovam Lula 49%, ante 48% do levantamento anterior, e o desaprovam a outra metade: os mesmos 48% da pesquisa de setembro.

 

Por fim, outro evento de grande impacto no período, a mortífera operação da polícia do Rio no mês passado, obrigou Lula a ir e voltar retoricamente dada a dificuldade da esquerda em lidar com o tema. O fracasso subsequente da direita no debate congressual pode ter anulado isso, mas é uma especulação que esbarra no desinteresse usual pelo que ocorre no Parlamento.

 

No geral, o Datafolha apontou a manutenção dos perfis de aprovação do presidente, que de resto seguem as preferências eleitorais de maneira geral. Consideram seu governo como ótimo e bom acima da média nacional quem tem 60 anos ou mais (40%), os menos instruídos (44%), os nordestinos (43%) e os católicos (40%).

 

Da mesma forma, grupos com maior incidência de bolsonarismo e/ou antipetismo o reprovam mais: 46% de quem tem ensino superior, 53% daqueles que ganham de 5 a 10 mínimos, sulistas (45%) e evangélicos (49%).

 

O cenário, de todo modo, já foi pior para o petista. No começo do ano, ele foi pressionado pelo clima político e por questões como a crise do Pix. De 35% de ótimo/bom em dezembro de 2024, despencou para 24% em fevereiro, o pior índice de todos os seus três mandatos à frente do Planalto.

 

Agora, ostenta números que são pálidos ante o seu próprio desempenho nos outros dois governos, de 2003 a 2010. No segundo, tinha 72% de aprovação e 6% de reprovação a essa altura, por exemplo. Mas supera o rival Bolsonaro, que neste ponto do turbulento 2021 de pandemia e até uma crise militar marcava 53% de ruim/péssimo e 22% de ótimo/bom.

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