Cuiabá, Sábado, 2 de Agosto de 2025
OBRAS DO VLT
27.01.2016 | 10h00 Tamanho do texto A- A+

"Se atendesse deputado, eu responderia por improbidade"

Secretário de Cidades, Chiletto faz críticas aos pedidos de Emanuel Pinheiro por retomada de obras do VLT

Marcus Mesquita/MidiaNews

Eduardo Chilleto diz que, se retomasse a obra como queria Emanuel Pinheiro, estaria praticando um superfaturamento de R$ 500 milhões

Eduardo Chilleto diz que, se retomasse a obra como queria Emanuel Pinheiro, estaria praticando um superfaturamento de R$ 500 milhões

DOUGLAS TRIELLI
DA REDAÇÃO

O secretário estadual de Cidades, Eduardo Chiletto, afirmou que, se tivesse reiniciado as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), conforme pedido pelo deputado Emanuel Pinheiro (PR), responderia, hoje, por improbidade administrativa.

 

O parlamentar tem sido um dos principais defensores da retomada das obras. Ele chegou a declarar, inclusive, que o VLT era um “caminho sem volta” e instalou na Assembleia Legislativa uma frente em prol da retomada e conclusão das obras do modal de transporte.

 

No entanto, a primeira etapa da consultoria da empresa KPMG mostrou que o documento apresentado pelo Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, no qual pedia mais R$ 1 bilhão para retomar as obras, apresentava erros aritméticos e contratuais.

 

De acordo com a consultoria, o valor a ser pago, na verdade, é de pouco mais de R$ 602 milhões.

 

Se eu tivesse dado essa ordem de serviço seria responsabilizado por improbidade administrativa. Olha o custo que iríamos pagar, pois estaria superfaturando uma obra em R$ 500 milhões

“A Secretaria de Cidades sofreu uma grande pressão para que iniciássemos essa obra a qualquer custo. Agora, a consultoria nos mostrou que economizamos R$ 500 milhões. Se eu tivesse dado essa ordem de serviço, lá no mês de janeiro, eu seria, hoje, responsabilizado por improbidade administrativa. Olha o custo que iríamos pagar, porque eu estaria superfaturando uma obra em R$ 500 milhões”, disse.

 

“Se chegar março, com as três etapas prontas, e mostrar que a operação é viável, aí, sim, iniciaremos um novo processo de obras para que possamos entregar para a população uma obra de qualidade. Mas só desse jeito, não a qualquer custo, como o deputado Emanuel Pinheiro vem querendo que a gente faça”, afirmou.

 

Para Chiletto, a situação das obras é “reflexo” da má gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

 

“É preciso ter responsabilidade. Aquilo que ele [Emanuel] está dizendo lá é um retrato de uma gestão que acabou, de uma gestão que foi expurgada de Mato Grosso, que a população não quer mais. A população quer esta gestão aqui, que é responsável com a aplicação do dinheiro público”, disse.

 

“Quero dizer da responsabilidade do Estado em não aportar nenhum recurso no início do ano, quando fomos efetivamente bombardeados, inclusive pelo deputado, querendo que essa obra fosse iniciada a qualquer momento, a qualquer tempo, a qualquer custo. Se tivéssemos iniciado quando o deputado colocou que era para se iniciar, hoje estaríamos com recurso sendo jogado no lixo”, afirmou.

 

Aquilo que ele [Emanuel] está dizendo lá é um retrato de uma gestão que acabou, de uma gestão que foi expurgada de Mato Grosso

O secretário disse que os R$ 500 milhões economizados podem ser investidos na construção de hospitais no interior do Estado.

 

“Eu vou para o interior e vejo que há lugares em que está faltando água, saneamento. Tem município querendo R$ 250 mil para colocar três poços artesianos. Enquanto isso, aqui se gastaram R$ 1 bilhão”, disse.

 

“Esse recurso que seria jogado no ralo volta para o poder público para podermos utilizar em assistência social, para podermos construir seis ou sete hospitais”, afirmou.

 

Consultoria

 

O controlador-geral do Estado, Ciro Rodolpho Gonçalves, revelou, nesta semana, que o documento apresentado pelo Consórcio VLT, em que pedia mais R$ 1 bilhão para retomar as obras do modal, apresentava erros aritméticos e contratuais.

 

De acordo com a primeira etapa dos estudos produzidos pela empresa KPMG Consultoria Ltda., o Governo deverá repassar R$ 602 milhões.

 

Segundo o controlador, os erros são devidos a quatro fatores, sendo eles: uso duplo de critérios para que alguns valores pudessem ser corrigidos; custos indiretos teriam sido atribuídos ao Estado, quando deveriam ser do próprio consórcio; obras que nunca seriam realizadas continuavam contando na conta; toda responsabilidade pelo atraso das obras foram imputadas ao Estado.

 

Os dados ainda revelam que a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) foi responsável por 68% dos motivos que resultaram no atraso das obras. Já o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande teria 32% da culpa.

 

Segundo Ciro, os dirigentes da extinta Secopa e até do Governo sabiam dos problemas apresentados, entre eles a falta de projeto básico de desapropriação ao longo do trajeto. Ele afirmou que o resultado da consultoria poderá gerar ações penais contra os ex-gestores, entre eles Silval e o ex-secretário Maurício Guimarães.

 

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Magda Neto  28.01.16 08h13
O Deputado Emanuel Pinheiro pelo visto não se deu conta de que estamos em uma nova gestão e que essa atual gestão está trabalhando para corrigir a catástrofe que foi deixada. E mais, queremos ter conhecimento da sua justificativa frente a discrepância no valor desse custo de retomada de obras.
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sidney  28.01.16 06h16
A GRANDE VERDADE É QUE ENQUANTO ESSE POVO SE DESENTENDEM QUANTO A NUMEROS, PRAZOS, QUEM ERROU, QUEM ACERTOU....NÓS É QUEM ESTAMOS SOFRENDO AS CONSEQUÊNCIAS DE TUDO ISSO. VIADUTOS MAL ACABADOS E ATÉ OFERENDO RISCOS, AVENIDAS INTRANSITAVEIS, ALAGAMENTOS, SUJEIRAS, ETC. TÁ NA HORA É DE COMEÇAR A RESOLVER TUDO ISSO.
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Pedro  27.01.16 15h41
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Cidadão  27.01.16 14h37
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leandro  27.01.16 10h52
KD O NOBRE DEP. EMANUEL PINHEIRO? SUMIU ALGUEM SABE DELE?
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